segunda-feira, 6 de julho de 2020

DE NOVO NÃO !

         Mais um bolo que não deu certo para a minha coleção. Tenho visto no Youtube vídeos com receitas. Resolvi tentar fazer um que me pareceu bem fácil. Apenas 3 ingredientes.

          Qual foi a minha ideia? Todos nós em quarentena, por causa da pandemia, era o aniversário do meu sobrinho Rafael. Como não poderia estar com ele pessoalmente, planejei uma "live"(*), cantando Parabéns e cortando o bolo feito com todo o carinho para festejar.

          (Vai dar certo desta vez? Saberemos no próximo capítulo.)

         Tive que cancelar. Não sei o que aconteceu. O bolo só cresceu 1 centímetro. Parecia um donut (**) gigante.

          Ainda tive que aturar as risadas dele, dizendo:

          - Já estou acostumado com seus bolos, Tia. Valeu a intenção!

          É, valeu a intenção...

          Mas não desistirei. Até o próximo bolo!

(*) Live - apresentação ao vivo, pela Internet, como os artistas estão fazendo. Vocês sabem o que é, né?

(**) Donut - rosquinha, geralmente recheada, feita com massa fofinha.


domingo, 6 de setembro de 2015

CONVITE

          O Bloguinho virou LIVRO e será lançado na Bienal. Vocês poderão ler as histórias aqui ou no livro "CONTANDO ATÉ 3 E MAIS". É só escolher. Avisem aos Adultos que o Blog deles também virou LIVRO: "CONTOS E DESCONTOS". Bjs


domingo, 7 de julho de 2013

GUERRA NA COZINHA

          Foram três batalhas que eu perdi. Meu super-poderoso inimigo? Pequeno, fininho e virou pó: o FERMENTO! Todo bolo leva fermento para crescer e ficar fofinho, mas tem que ser na medida certa. Eu errava todas.

          Primeiro, foi o bolo bomba. Eu não sou terrorista (aquele que usa armas para eliminar outras pessoas), porém ele explodiu dentro do forno! Depois, foi o bolo pista de skate. Cresceu, cresceu e logo murchou, formando uma inclinação radical! Isso tudo foi contado, aqui no Bloguinho, na história do dia 21 de janeiro de 2 011, "O BOLO BOMBA".

          Na terceira vez, nem tive coragem de contar! Foi o bolo bunda (que vexame!), pois parecia que alguém caiu sentado em cima dele e achatou o coitado, deixando aquela marca de bumbum.

          Muito fermento, pouco fermento. Bandeira branca! Me entreguei. Não faço mais bolo!

 ( Será que foi a minha derrota? Eu desisti mesmo de fazer bolo? Descubram no próximo capítulo! 


          Olhava para aquela latinha, no fundo do armário da cozinha, com a aparência tão indefesa, e fugia, como quem avista um grande perigo. Passei a só comprar bolo pronto.

          Certo dia, Lili, uma amiga da natação, que tinha o mesmo problema que eu, me contou que fez um bolo e deu certo. Nem pensar, eu pensei!

          Ela insistiu, me mandou email com a receita e todo dia me cobrava:

          - Já fez o bolo? Vai dar certo, deu certo comigo!

          Por uma questão de honra (e para ela parar de me perturbar), decidi aceitar o desafio. Comprei os ingredientes, inclusive o temido fermento. Era bem fácil. Coloquei tudo no liquidificador, sendo que o último foi ele, o bandido, o malvado, o monstro! Medido com todo o cuidado, nem de mais, nem de menos. Despejei na forma untada e levei ao forno já quente por quase quarenta minutos. Ansiosa, a todo instante eu olhava pelo vidro, como um espião vigiando alguém.

          Estava com cara de bolo. Apaguei o forno, esperei esfriar e desenformei.

                                ? ? ? ? ? ? ? 

( Deu certo? Deu bolo? Nada de comemorar vitória antes do tempo! Vamos esperar o próximo capítulo. )

          Atingi o alvo! Nem acreditei: bonito, saboroso e saudável, pois tinha... Calma, depois eu dou a receita.

          Agora, me pergunto: a guerra acabou? Outra pergunta: o fermento deixou de ser o grande vilão ou me aprontará outra armadilha? Mais uma: além de blogueira, serei boleira?

          Enquanto eu não faço outro e respondo a todas, darei a vocês a receita do bolo que selou a paz entre nós:

3 ovos
1/2 xícara de óleo
3 maçãs picadas com a casca, mas sem as sementes
2 xícaras de farinha de trigo integral
2 xícaras de açúcar mascavo e ...
tchã!, tchã!, tchã!, 1 colher de sopa de FERMENTO

          Conhecendo o adversário, quero dizer ex-adversário, ou melhor, aliado:

          O fermento foi descoberto há muito, muito tempo, por acaso. Caiu água num pão, que aumentou de tamanho, pois surgiram bichinhos (micro-organismos). Irc! Parece nojento, mas é assim mesmo.
         Ele pode ser orgânico (natural), onde a fermentação é feita com uma farinha que se deixa azedar e criar fungos. É conhecido como fermento biológico e usado na fabricação de pães e bebidas, como a cerveja.
          Ou pode ser inorgânico (químico), obtido de uma substância chamada bicarbonato de sódio. Vem em pó e é utilizado em bolos.
          Serve para desenvolver, fazer crescer, transformar os alimentos.

                                            F I M

( Se vocês tiverem outras receitas fáceis como esta da história, mandem para mim pelos comentários. Tentarei, prometo! )
  

       










         

domingo, 16 de dezembro de 2012

Fim de Ano e da Série

          2012 foi o ano da série "QUE ...!". Os dez sentimentos representam fatos que aconteceram comigo, de verdade, em diferentes fases da minha vida. MEDO, SAUDADE, VERGONHA, MALUQUICE, ALÍVIO, CHATICE, TRISTEZA, ALEGRIA, DOR e BELEZA. Senti tudo isso e revivi, com as histórias que contei aqui.

          Com o Bloguinho, desejo Feliz 2013 para nós todos!!!

sábado, 1 de dezembro de 2012

QUE BELEZA !

          As minhas "meninas" são demais! Filhas? Não, eu não tenho filhos. Mas, como se dizia antigamente para tudo que era bonito, elas são as meninas dos meus olhos. Todos os dias em que ando na areia da praia da Barra da Tijuca, bairro do Rio de Janeiro onde moro, eu as vejo.

          Como duas irmãs não gêmeas, são parecidas, mas não iguais. Estão sempre próximas e, no início da praia (Quebra-Mar), dão a impressão de serem uma só, bem grande.

          Vamos parar com o mistério? Afinal, quem são elas?

          São as ilhas Tijucas. Como todo pedaço de terra (ou rocha, caso delas) cercado de água por todos os lados, elas enfeitam ainda mais o mar, que é tão lindo!

          E o nome Tijucas? Procurei no dicionário (quando não sei, eu pesquiso) e achei: lodaçal, lama. Deve ser porque, antigamente, havia isso aqui.

          Certo dia, aconteceu um fato que me fez parar.

( Por que parei? Parei por quê? Descubram no próximo capítulo! )




             Geralmente, eu caminho direto, senão o exercício fica prejudicado. Mas, naquele dia, tive que parar. Fiquei olhando... admirando... pensando... Imaginei aventuras, perigos, esconderijos. Histórias!!!

          Um barco com a vela içada veio navegando e se colocou entre as duas ilhas. Uau, que visual! E eu que achava que não poderia haver nada mais belo do que a natureza pura... Quando fazemos coisas boas, como uma ponte, um mirante ou um veleiro como aquele, elas podem melhorar o que já existe.

          Uma pena que eu não tinha máquina fotográfica nem celular para bater uma foto daquela cena. Mas a imagem está arquivada na minha memória. Mar, ilhas, embarcação? Tempestade, tesouro, aventureiros? Ah, não! Outra história? Que BELEZA!

                                                      F I M

( Gravem os belos momentos que vocês viverem. Podem dar até história. Vem mais por aí, aguardem! ) 

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

QUE DOR !

          Dor de dente, dor de barriga, dor de ouvido, quem gosta? Nem eu! Mas confesso para vocês que essa DOR eu provoquei. Fui a culpada pois poderia ter evitado. Se não estivesse pensando em ganhar. Ganhar o quê?

          Eu tinha onze anos e adorava jogar QUEIMADO, com minhas irmãs, meus primos e meus amigos. Tentarei explicar para quem não conhece. É um jogo com dois times, cada um no seu campo. A bola é de meia ou qualquer outra bem leve, para não machucar. O jogador pode agarrá-la ou desviar, mas, se ela bater nele e cair no chão, está queimado. Ele vai para o final do campo do time rival, depois da linha, e pode jogar, se a bola chegar nele. Terá, então, a chance de voltar para a quadra, caso queime algum adversário. A equipe que ficar sem jogador no seu campo perde o jogo.

          Nesse dia, meu primo Sérgio, que estava queimado, conseguiu pegar a bola e mirou em qual oponente (jogador do outro time)? EU! Sabem o que eu fiz?

( Este é um exemplo do jogo de QUEIMADO. Por enquanto, o time B está ganhando porque tem mais jogadores não queimados no seu campo. E eu, fui queimada  ou não? Já sabem que alguma DOR eu vou sentir. Descubram no próximo jogo, quero dizer, capítulo! )



            Nem pensar em perder! Eu corri de costas para poder a companhar a direção da bola. Andar de costas já é perigoso, imaginem correr! Não deu outra: tropecei, caí e me apoiei no braço. Que DOR! Para piorar, me vendo caída, meu primo me queimou facilmente. Continuei a jogar, mas meu braço inchou e doía muito. Eu não sabia se a DOR maior era a do braço ou da bolada que me fez sair da brincadeira.

          Resultado: hospital, raio X, gesso! O médico disse que eu tive uma fissura (rachadura) no rádio, osso do antebraço. Até gostei que todos na rua me olhassem e, em casa, fui bem paparicada.

          Depois, caí na real. Não podia jogar Queimado ou outra brincadeira de correr, nem desenhar (era o braço direito, não sou canhota), nem podia tomar banho de mar. No chuveiro, tinha que colocar um saco plástico para proteger. Era verão e o gesso me dava uma coceira... Em compensação (dizem que tudo tem um lado bom), aprendi a usar o braço esquerdo: comer, escovar o dente, escrever e até desenhar.

          E o jogo daquele dia? Qual foi o resultado? Não valeu o esforço nem a DOR porque o meu time perdeu. Ai! Ui!

                                                F I M

( Vamos jogar Queimado ? Mas sem cair, quebrar o braço e sentir DOR para ganhar o jogo, tá? Até a próxima história! )

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

QUE ALEGRIA !

          Meus pais tiveram cinco filhos e eu sou a mais velha. A casa era grande, não éramos ricos, então, todos tinham que ajudar, crianças e adultos. Varrer o quintal, lavar a louça, dar banho nos cachorros... Minha principal tarefa era fazer pequenas compras no mercado para minha mãe, pois eu já tinha oito anos. Eu não gostava muito, queria brincar, mas...

          - Regina, minha filha, vai comprar ovo e feijão. Regina, acabou o detergente. Regina!!!

          E lá ia eu. O mercado ficava no mesmo quarteirão da minha casa, levava cinco minutos a pé até lá. Um dia, a obrigação virou ALEGRIA. A rua do mercado começou a ficar diferente.

( O que mudou? Por que fiquei contente de ir ao mercado? Saibam no próximo capítulo! )


          Operários começaram a cavar buracos bem fundos na calçada toda. Iam colocar canos para transportar água, porque nosso bairro sofria com a falta do líquido precioso. Foi uma obra necessária, mas causava transtornos na vida das pessoas que passavam. Sujava os sapatos de terra, as ferramentas faziam barulho, a poeira ia para tudo quanto é lado! Os buracos duraram um bom tempo, pois eles abriam e, depois, cavavam em outras ruas.

          Muitos reclamavam, menos eu! Sabem por quê? Só ia ao mercado andando dentro dos buracos. Imaginava mil coisas. Eu me sentia o próprio tatu gigante, construindo a sua casa; uma princesa sendo perseguida por um monstro feroz; ou uma perigosa planta carnívora, crescendo cada vez mais; um robô lança-raios aprisionado numa caverna; um peixe dourado tentando sair de dentro da barriga da baleia...
E outras que já não lembro. Virou a minha brincadeira favorita. Passei até a me oferecer para fazer compras:

          - Mãe, não está precisando de nada do mercado?

          Ela fingia que não notava que eu demorava mais para chegar, com a roupa bem sujinha.

          É claro que, um dia, a obra acabou e fecharam os buracos. Mas, nesse tempo, eu tive muita ALEGRIA!

                                                           F I M

( Viva eu, viva tu, e o buraco do tatu!!! Até a próxima história! )

domingo, 14 de outubro de 2012

QUE TRISTEZA !

          Não vamos falar de grandes TRISTEZAS, pois elas são tristes demais: a morte de uma pessoa querida, a ida de alguém da família para longe, a separação dos pais. A TRISTEZA e outros sentimentos fazem parte das nossas vidas, mas posso contar uma TRISTEZA pequena, certo?

          Onde eu moro, todos os prédios têm, na calçada, canteiros com árvores ou plantas. Num deles, bem no meu caminho para a aula de natação, nasceu um pé de jiló. O porteiro me disse que não sabe como: ou foi passarinho ou alguém que, sem querer, jogou as sementes.  Eu via aqueles jilozinhos crescendo e ficava feliz, pois, ao contrário de muita gente, adoro jiló! Cru, frito, cozido, de qualquer maneira! No prédio "dono" do jilozeiro, ninguém gostava, inclusive o meu amigo porteiro. Além disso, comos eles são verdes e a planta é verde também, as pessoas na rua não percebiam aquelas preciosidades. Estava para mim! Todo dia em que eu ia nadar, colhia os legumes no pé e levava para comer em casa.

( Ué! Vocês devem estar perguntando cadê a TRISTEZA? Leiam na semana que vem o que aconteceu! )


          Um belo dia, que logo depois ficou feio, passando pelo prédio do jiló, reparei que estava em obras. A calçada estava cercada e os operários martelavam e cavavam pra valer. Eu, atrasada para a natação, nem olhei direito. Na volta, hora do almoço, os operários não estavam trabalhando. Aproveitei e fui fazer a minha colheita. Foi aí que notei: cadê o pé de jiló? Meu amigo porteiro me deu a triste notícia:

          - Dona Regina, a síndica mandou arrancar o "seu" pé de jiló. A árvore ao lado enraizou demais e levantou a calçada. Tiveram que refazer o piso todo.

          Fiquei arrasada:

          - Coitado do "meu" pé de jiló! Não fazia mal a ninguém.

          Ele tentou me consolar:

          - Ela disse que atrapalhava o trabalho, era feio e só a senhora gostava de jiló.

          Só eu? Mas eu sou eu! Por que atrapalha? Feio? Eu não acho.

          O jeito era me conformar, há coisas piores, mas fiquei muito triste. Plantaram uma roseira linda no lugar dele, o que diminuiu um pouco a minha TRISTEZA por perder o "meu" feinho e atrapalhado pé de jiló.

                                                       F I M

( Vocês gostam de jiló? Agora, para mim, só comprando no mercado. Mas pegar no pé, fresquinho e de graça, é bem melhor! Até a próxima história! )

domingo, 16 de setembro de 2012

QUE CHATICE !

          Eu estava cansada daquilo. Era muito chato! Uma hora, era o tio que vinha dar um conselho:

          - Regina, não deixe a matéria da escola acumular. Estude um pouco todo dia, para não ter que ver tudo na véspera da prova.

          Outra hora, era a avó que dava uma bronca:

          - Regina, a porta da geladeira não deve ficar aberta esse tempo todo! Gasta muita eletricidade e pode estragar os alimentos.

          Sem falar no castigo da mamãe ou do papai:

          - Regina, nada de cinema no fim de semana! Já sabe que não pode bater na sua irmã.

          Conselho, bronca, castigo. QUE CHATICE! Mas o tempo passou, cresci e virei adulta. Casei e não tive filhos; mas tive sobrinhos, amigos e alunos (porque me formei professora).

( E agora? Acabaram os conselhos, as broncas e os castigos para mim? Saberemos no próximo capítulo. )



          Quando estava com algum dos meus sobrinhos, preocupada com a saúde deles, eu aconselhava:

          - Você deveria comer mais legumes, verduras e frutas. Experimente outros tipos de carne, não só a vermelha. A comida saudável traz bem estar e energia para aguentar as tarefas e brincadeiras do dia.

          Ao ver meu amigo Ricardo jogar um copo de plástico no chão, reclamei:

          - Não suje a calçada! Este lixo vai se acumular e entupir os bueiros, causando enchentes. Além de tornar a rua feia.

          Os alunos que não apresentavam o trabalho de casa ou não estudavam, eu castigava:

          - Não poderão descer para o recreio! Ficarão terminando o dever e lanchando aqui na sala.

          E castigava:

          - Nota baixa? Recuperação nas férias!

          O que era tudo isso que agora eu fazia? Conselho, bronca e castigo. De novo! O erro pede para ser corrigido. É aí que a gente entende que essa CHATICE toda é para o nosso bem, para melhorar a vida e nos transformar em pessoas legais. Legal, né?

          Conselho de amiga, sem bronca nem castigo!

                                                     F I M

( Nem tudo que é chato é ruim. Quando vocês cresceram, também entenderão. Até a próxima história! )

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

QUE ALÍVIO !

          Ficar descalço, depois de tirar aquele sapato que apertou o seu pé. Fazer xixi, após muita procura para achar um banheiro na rua. Não quebrar o vaso preferido da mamãe ou de outra pessoa, mesmo tendo esbarrado nele, por estar correndo. Quando passamos por esses e outros sufocos, só dá vontade de falar: UFA!!!

          Eu tinha doze anos e participaria de uma peça de teatro amador, no salão da igreja que eu frequentava. O meu personagem era um dos principais (protagonista), portanto, a minha participação era grande e a minha fala, enorme. Mas estudei e decorei o texto e ensaiamos bastante com o responsável, Padre Rafael.

          Chegou a hora da apresentação! A cortina do palco estava ainda fechada. Espiei por uma fresta e vi que o salão estava lotado, à espera do espetáculo. Foi então que percebi que tinha esquecido o texto!

( E agora? Depois de tudo, a peça teria que ser cancelada? Adivinhem o que aconteceu no próximo capítulo! )



          Fiquei desesperada! Todos os colegas do elenco dependiam de mim. Tanto ensaio, tanta dedicação e a história era tão legal e engraçada! O público presente iria adorar. Eu lembrava do dinheiro dos ingressos para melhorar a igreja; teriam que ser devolvidos. O tempo que as pessoas na plateia desperdiçariam. Já pensava nos aplausos que eu perderia e nas vaias que eu ganharia.

          Comecei a suar e a me agitar. Vira para um lado, vira para o outro. De repente, acordei! Era tudo um sonho! Ou seria pesadelo?

          A realidade foi boa: à noite, deu tudo certo. Ninguém esqueceu coisa alguma, inclusive eu. Sucesso de público (todas as cadeiras ocupadas) e de crítica (aplaudiram de pé). Atores amadores não recebem pagamento, mas ganhamos um almoço maravilhoso, com um monte de coisas gostosas, oferecido por um casal de amigos da igreja, no dia seguinte. Todos queriam me conhecer, não a Regina atriz, mas...

          - Cadê a Pólvora? Cadê a Pólvora?

          "Pólvora" era o nome do meu personagem na peça: uma moça muito rabugenta e estourada. Mas ela não explodiu. Nem eu. Ufa!!! Que ALÍVIO!

                                                       F I M

( Gostaram? Então, palmas para mim!!! Até a próxima história. )

domingo, 1 de julho de 2012

Férias de Julho

          Férias de Julho? Eu e o Bloguinho estamos nessa também. Nada de texto novo! Enquanto isso, se puderem, coloquem a leitura em dia e vejam as historinhas já postadas (inclusive as postagens mais antigas, que só aparecem se vocês clicarem nelas). Em Agosto, eu volto com a corda toda. Aguardem!

domingo, 17 de junho de 2012

QUE MALUQUICE !

          Quando virei gente grande, tinha vontade de saber nadar, pois não pude aprender criança, como quase todo mundo.

          - Agora é tarde! Agora já era! - eu pensava.

          Aulas de natação para adulto, naquela época, poucos lugares ofereciam, só os clubes. E quem fazia, já sabia nadar, era para manter a forma e a saúde.

          Um dia, eu estava com trinta anos e a academia onde eu fazia ginástica, construiu uma piscina e anunciou "Aulas de Natação para Todos". Todos? Eu também? Fui conversar com o professor:

          - Será que eu aprendo com esta idade?

          - Claro que sim! Mas você tem que vir sempre, não pode faltar.

          Era a minha grande chance!

( Será que eu consegui aprender? Eu comparecia às aulas? Vejam o que aconteceu no próximo capítulo. )


          Estávamos no verão e lá ia eu, três vezes por semana, sem falta. Foi uma vitória aprender a respirar debaixo da água, flutuar, bater pernas e braços! Naturalmente, tudo isso sem muita coordenação, mas eu saía do lugar. Aos poucos, fui pegando o jeito e comecei a melhorar. O professor elogiava e incentivava:

          - É isso aí! Dá-lhe, Regina!

          Aí, chegou o frio, com chuva, vento e piscina sem aquecimento (nesse tempo, não havia)! Vocês pensam que eu desisti? Estava tão empolgada, que pegava, tanto a bolsa da natação (com touca, óculos, maiô, prancha) como guarda-chuva, casaco e meia. De manhã, bem cedo e com a temperatura da água bem baixa!

          As pessoas, na rua, me olhavam com aquela cara espantada, como a dizer:

          - Vai nadar com esse tempo? Está maluca?

          Toda orgulhosa do meu desempenho nas aulas, logo comecei a nadar os quatro estilos (crawl ou livre, costas, peito e golfinho). O inverno acabou, chegou o verão e, com ele, mais conforto para as minhas braçadas e pernadas. Frio, calor, frio, calor, todo ano. E assim, até hoje, sou uma nadadora! Mas confesso para vocês que, às vezes, naqueles dias bem cinzentos e feinhos, em que não dá vontade de sair da cama, eu mesma penso: "É muita MALUQUICE!"

                                                        F I M

( Muitas pessoas me chamam de maluca, mas a MALUQUICE deu resultado. Realizei meu sonho de aprender a nadar. Qual será a minha próxima MALUQUICE? Até a próxima história! )       

domingo, 20 de maio de 2012

QUE VERGONHA !

          Uma das maiores VERGONHAS que existem é fazer cocô na calça. Xi... Ninguém está livre de uma dor de barriga. Nós sabemos que pode acontecer com qualquer pessoa, criança ou adulto. Não foi o que aconteceu comigo nesse dia, mas pareceu. Deixem que eu explique.

          Eu já era grande, adulta, e fui à praia com meus amigos. Verão, sábado de sol, muita gente e o mar estava bem agitado. Entro ou não entro? Só na beirinha, tudo bem. Água no tornozelo. Mais um pouquinho. Água no joelho. Tranquilo. Água na cintura. Dá para molhar o cabelo, que calor!

          Foi aí que tudo virou de cabeça para baixo!

( O que aconteceu? Cabeça para baixo? Tudo plantou bananeira? E eu? Descubram no próximo capítulo! )



          Não foi tudo que virou de cabeça para baixo. Eu é que virei. Em todas as direções. Veio uma onda grande e levei o maior caldo. Vim rolando pela areia, engoli água salgada e ralei meu braço. Todo mundo olhando e rindo, principalmente meus amigos.

          Mas ainda vem o pior! Quando consegui levantar, com a ajuda de uma amiga, ela apontou para a parte de baixo das minhas costas e se acabou de rir. Não reparei que meu maiô estava com um bolão de areia no bumbum. Parecia que eu tinha feito muito, muito cocô. Eu dizia:

          - É areia! É areia!

          Não adiantou! Paguei mico mesmo assim. Foi uma gargalhada geral. Ainda bem que, naquela época, não havia vídeocassetada. Senão, eu já estaria lá!

                                       F I M

( Vocês já passaram VERGONHA? Pagaram mico? Contem para mim! Até a próxima história. )

terça-feira, 17 de abril de 2012

QUE SAUDADE !

          Sinto SAUDADE de tanta coisa... Pessoas que já morreram (meus pais queridos), animais que se foram (meus cachorros Sultão e Doval e meu porco Joventino), lugares que não existem mais (a casa enorme onde morei), brinquedos doados (minha boneca Gina Lúcia), até programas que passavam na televisão (desenhos animados, seriados). SAUDADE é a falta que eles fazem na nossa vida, pois sabemos que não voltarão.

          Recordo sempre a minha avó Elena, que era mãe da minha mãe. Ela não aprendeu a ler nem a escrever. Mas sabem o que ela sabia muito bem? Contar histórias. Como?! Como ela fazia, se não lia nem escrevia? De ouvir! Ouvir o que os outros falavam e dizer da maneira dela.

          Quando eu era bem pequena, ela me contou uma certa história que me marcou de jeito.

( Que história era essa? E por que ela foi tão importante para mim? Não percam o próximo capítulo! )


          Branca de Neve? Cinderela? Eu gostava, mas a minha favorita era "O Guerreiro e o Dragão" porque tinha tudo para o gosto de qualquer criança, menina ou menino: aventura, princesa, guerreiro, perigo, coragem!

          Coitada da minha avó! Toda noite, eu pedia para ela me contar e contar e contar, até eu dormir. Nós morávamos com ela e assim foi, até a família se mudar para a própria casa. Mesmo assim, quando a gente se encontrava, era tradição a bendita história, de novo! QUE SAUDADE!

          Porém, a SAUDADE pode se transformar em algo muito bom: eu mesma invento e conto as minhas histórias, para meninas e meninos. Eu me lembro da minha avó toda vez que posto, aqui no Bloguinho, e imagino que alguém, um dia, sentirá SAUDADE de mim, também.

                                                  F I M

( A tão falada história "O Guerreiro e o Dragão" foi postada no Bloguinho, em 11/02/2011. Tentei contar, pensando no modo como ela fazia. Acho que funcionou! Até a próxima história. )  

quinta-feira, 15 de março de 2012

QUE MEDO !

          Eu não enxergo muito bem. Desde treze anos, uso óculos, pois tenho alta miopia e astigmatismo. Algum de vocês tem também?

          Já adulta, comecei a fazer aulas de natação. Eu nadava no clube Mackenzie, no Méier, e tirava os óculos na piscina. Isto quer dizer que, na água e fora dela também, eu via tudo embaçado.

          Certo dia, eu fui distraída para o vestiário, trocar minha roupa. Nem reparei no "monstro" que veio na minha direção, junto com meus colegas gritando:

          - Olha o rato! Um rato!

          Era uma ratazana enorme! Eu subi na grade que cercava a piscina e berrei que nem uma maluca. Arranhei um pouco meu joelho e minha mão. Ainda bem que não me atacou e passou direto. Meu professor me acalmou:

          - Calma, calma, ele já foi embora!

          Passado o susto, aula normal.

( Rato dá MEDO mesmo! É um animal nocivo, que pode causar doenças. Será que ele foi embora? Não percam o próximo capítulo! )

    
          No dia seguinte, todos na piscina. Vamos começar? E lá fui eu, dando minhas braçadas e pernadas, até o outro lado. Quase chegando, reparei numa "coisa" se movendo, no fundo, meio marrom, meio cinza, e grande... O rato!!!

          Saí da água que nem uma lagartixa, me arrastando e gritando! Ué, lagartixa grita? Alunos e professores pararam. Que MEDO!

          Meu professor olhou para a raia onde eu estava e, tranquilamente, apontou e falou:

          - Regina, é aquilo?

          - É, é! E está vivo, se mexendo!

          Sempre calmo e, agora, segurando o riso, ele explicou:

          - É o ralo da piscina.

          Como eu não enxergo direito e com o rato do dia anterior na cabeça, o ralo e o movimento da água me confundiram. Minha colega Camila brincou:

          - Regina, até os nomes são parecidos: rato e ralo.

          O MEDO deu lugar a uma gargalhada geral. Até eu ri...

                                            F I M

( Ufa! Desta vez, o MEDO foi até engraçado. Acharam difícil de acontecer? Quem é muito  míope, como eu, vai entender. E, por falar em MEDO, se vocês ainda não viram, não deixem de ler a historinha "O Elefantinho Tem Medo. Medo De Quê? Medo do Medo.", que eu postei em 17/10/2010. )

domingo, 18 de dezembro de 2011

Férias do Bloguinho

          Ufa! Estou cansada. Escrever cansa... Darei uma folga para meus neurônios e voltarei em fevereiro. Eu tiro férias do Bloguinho e vocês tiram férias de mim. Enquanto isso, releiam o que já foi postado, não esquecendo as postagens mais antigas. Bom descanso, Boas Festas e um 2 012 pra lá de bom para todos nós!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

AMIGO OCULTO

          Todos os dias, dormindo ou acordado, Guilherme sonhava a mesma coisa: ter um cachorro. Podia ser de qualquer raça, cor ou tamanho. Imaginava as brincadeiras, o nome que daria, o som dos latidos...

          Mas a realidade era bem diferente. Seus pais pareciam se unir ainda mais, como dois guerreiros furiosos na batalha, quando ele tocava no assunto.

          - Mãe, Pai, será que eu poderia ter um ca...

          - Nem pensar! - gritavam ao mesmo tempo.

          - Mas, Mãe, ...

          - Não e não! Já sei que depois vai sobrar para mim. Dar banho, limpar a sujeira, dar comida.

          - Eu prometo que cuido dele, Mãe, faço tudo isso.

          Quando a mãe começou a amolecer, o pai atacou:

          - Não e não! É muita despesa e o apartamento é pequeno. E além do mais, você já tem os seus brinquedos.

          Dois contra um era covardia e Guilherme continuava na vontade.

          Um dia, quando voltava da escola, reparou que, na porta do seu prédio, estava parado um CACHORRO. Não era grande nem pequeno e a raça não se podia definir. Aliás, podia: vira-lata. Todo pretinho, o olhar triste de quem não tinha com quem contar e aparentando estar bem faminto. O garoto não resistiu, chamou-o e qual não foi sua surpresa ao vê-lo se chegar, abanando o rabinho.

          - Ele vai ser meu! Vou dar um jeito. - pensou.

          Mas como passar pelo porteiro, em primeiro lugar?

( Será que Guilherme vai conseguir passar pelo porteiro com um cachorro? Descubram no próximo capítulo. )




          Tirou os livros e cadernos da mochila, pegou o cachorrinho e colocou-o dentro dela. 

          - Fica bem quieto, tá? Isso não demora.

          Ajeitou a mochila nas costas, pegou os livros e cadernos e passou calmamente pelo porteiro.

          - Boa tarde, Paulo.

          - Boa tarde, Guilherme. Quanto material escolar você carrega, né?

          - É, são os meus professores que pedem. Tchau.

          Entrou e beijou a mãe, que já tinha chegado do trabalho e estava toda atrapalhada, preparando o jantar. Aproveitou e foi rápido para o quarto, fechando a porta. Abriu a mochila e o animal saltou correndo, pulando e lambendo seu rosto.

          - Psiu, fica quieto! Se você quer ficar comigo, não pode sair deste quarto, só quando meus pais não estiverem. Agora, vou providenciar tudo de que você precisa.

          Guilherme pensava e sonhava tanto com um cachorro, que até já sabia do que ele precisava. Deu o resto dos biscoitos da merenda, os quais ele devorou, pegou jornal velho e dois potes de margarina vazios.

          - Você só pode fazer xixi e cocô no jornal aqui no chão. Aqui do lado, ficarão a água e a comida. E o banho será no tanque.

( O cachorro é um animal. Ele vai entender o que Guilherme disse? Aguardem o 3º capítulo. )

          E não é que o danadinho do cachorro fazia direitinho tudo que o menino mandava? Quanto ao nome, depois de muito pensar, foi escolhido Piche.

          No dia em que a mãe quis arrumar o quarto, Guilherme disse que já estava bem crescido e que ela tinha muito trabalho, então, ele poderia muito bem limpar e arrumar sozinho. A mãe, emocionada, foi conversar com o pai:

          - Guilherme está tão diferente!

          - Diferente como? Algum problema?

          - Não, pelo contrário, está mais calmo, mais estudioso e até mais feliz. Nunca mais falou em cachorro.

          - É que ele está crescendo e os interesses mudam.

          - Deve ser. - aceitou a mãe.

          E toda a família estava feliz e tranquila. Mas tudo que é bom dura pouco. Certo dia, Guilherme esqueceu a porta do quarto aberta, quando foi para a escola. Piche entendeu aquilo como um sinal para sair. E saiu. Naquele dia, Guilherme tinha trabalho de pesquisa em grupo e foi para a casa de uma colega, direto da escola. Sua mãe foi ao mercado, logo depois do trabalho. E o pai, trabalhando o dia todo. Conclusão: todos chegaram em casa à mesma hora, debaixo de um forte temporal. Ao abrirem a porta, surpresa! Piche estava na sala, todo feliz, latindo, pulando e abanando o rabinho. Nesse momento, os pais entenderam o motivo da mudança do comportamento do filho. E como estavam sempre muito ocupados ou cansados, não enxergaram o que estava acontecendo na casa. A reação dos dois foi praticamente a mesma, só as palavras mudaram:

          - O que significa isto?

          - Um cachorro na nossa casa!

( Piche foi descoberto! O que os pais de Guilherme farão com ele? Vejam no 4º capítulo. )

             
          - Você nos enganou!

          - Um animal da rua!

          - Mãe, Pai, por favor! Deixem eu ficar com ele! Eu mesmo cuidei dele, nem incomodei vocês. Ele é tão bonzinho...

          - Não, não e não!

          - Perdão! Desculpem!

          - Já disse que não! - e o pai pegou o animal e levou-o para a rua.

          Guilherme foi atrás, chorando desesperado:

          - Pai, tá chovendo e ventando muito, deixe ele ficar! Ele é o meu melhor amigo.

          O pai nem respondeu, mas o seu olhar apenas significava uma coisa: FÚRIA! Abriu o portão do prédio e pôs Piche para fora, na calçada, debaixo do temporal. E que temporal! Foi então que ele desandou a latir e parecia avançar para o pai, que recuava para o portão.

          - Quer me morder, é? Vá embora, suma daqui! - gritava ameaçador.

          Piche, repentinamente, deu um salto, só que pulou em cima de um fio de alta tensão que tinha partido e estava atrás do pai. Foi uma cena terrível! Todos gritavam: o pai, a mãe, o porteiro, os vizinhos. Mas Guilherme chorava. Piche, o seu Piche foi um herói. Ele latiu para avisar o pai do perigo e pulou para evitar que ele pisasse no fio, mas...

( O que aconteceu com Piche? Confiram no 5º capítulo desta emocionante história. )

          - Guilherme, eu sinto muito, mas ele não resistiu. - disse o porteiro.

          - Pai, o que significa "não resistiu" ?

          Chorando também, o pai respondeu, abraçando-o bem forte:

          - Significa, meu filho, que ele, infelizmente, morreu. Apesar de tudo que eu fiz, Piche salvou minha vida. Foi o meu melhor amigo, também.

          Sabem uma doença contagiosa? O choro deles passou para todos.

          - E agora, Mãe?

          - Agora, seu pai vai levá-lo para o cemitério dos animais.

          - Posso rezar por ele antes?

          - Pode, sim, eu vou rezar também.

          A tempestade passou, os funcionários da Companhia de Eletricidade vieram consertar o fio e, debaixo de uma chuva fraca, todos rezaram pelo Piche. Depois de ser muito abraçado e consolado pelas pessoas, Guilherme foi para casa com a mãe. Não conseguiu comer e só dormiu depois que o pai o carregou para a cama deles, já bem tarde. Nessa noite, reparou que, por causa da tristeza, os pais permitiram três coisas que ele queria, porém proibidas para ele: não comer, dormir na cama do casal e bem tarde. Mas ele preferia que o Piche estivesse lá e aí...

          No dia seguinte, um sábado, reparou que o pai tinha saído a manhã inteira.

( Por que o pai de Guilherme saiu? Não era dia de trabalhar... Foi fazer o quê? )



          - Mãe, cadê o Papai?

          - Foi resolver uns problemas, mas já deve estar chegando.

          Quando o pai chegou, trazia uma caixa embrulhada para presente.

          - É para você, filho.

          - Não quero presente, Pai, eu queria o Piche.

          - Eu sei, eu queria também. Mas abra, se você não gostar, eu devolvo para a loja.

          Sem entusiasmo, Guilherme abriu a caixa. Seus olhos brilharam! Uma bola pequena e peluda se mexia bem devagar.

          - Um cachorrinho!

          - Se você não quiser, eu devolvo, Guilherme.

          - Não, Pai, não! Adorei, foi o melhor presente que já ganhei!

          Mas a mãe cobrou:

          - Promete que vai cuidar dele como cuidou do Piche?

          - Ah, se prometo! Cuidarei melhor ainda, porque não será escondido. Mas nunca vou esquecer o Piche.

          Piche nunca foi esquecido. Todos, até hoje, contam a sua história, a história de um cachorro que viveu para salvar uma vida e fazer a alegria de outra. A opinião geral é que Guilherme deverá se tornar um ótimo veterinário, quando crescer. Será?

                                                         F I M

( Gostaram? Faltou uma coisa: um nome para o cachorrinho presente. Vocês querem sugerir algum? )

         




domingo, 4 de setembro de 2011

VOVÓ MARÍDIA

          Na escola, é muito comum o trabalho em grupo. Geralmente, o professor ou professora passa, para casa, uma pesquisa, um cartaz, uma maquete ou a discussão de um livro. Os alunos escolhem a casa de um para se reunirem. As mães preparam lanches e as que trabalham pedem para as empregadas  fazerem.

          Os amigos Bernardo, Vítor, Bárbara e Júlia sempre trabalham juntos, revezando nas casas de cada um. Na hora de comer, é pão com algum recheio ou uma fatia de bolo, com uma bebida. Mas, naquele dia especial na casa do Vítor, não foi a mãe dele nem a empregada quem serviu o lanche para os quatro. Foi Vovó Marídia!

( Quem é Vovó Marídia? E o que o lanche teve de diferente? Não percam no próximo capítulo! )


          Vovó Marídia é a avó do Vítor. Ela vive numa cidade do interior de Minas Gerais ( Lambari ) e veio visitar a filha, o genro e o neto. Nesses lugares menores, sem a agitação da cidade grande, as pessoas são mais tranquilas e apreciam uma boa mesa, com comidas variadas em boa quantidade. E gostam de dividir com parentes e amigos essa fartura toda. Ai da visita se recusar!

          De manhã cedo, ao ver o lanche que a filha mandou preparar para as crianças, Vovó Marídia ficou horrorizada. Pão de forma com queijo e leite achocolatado na caixinha.

          - Que é isto? - indignou-se ao ver a fina fatia de queijo já cortado. - Dá para ver até o outro lado, de tão transparente. Leite pronto? E esse pão congelado de ontem! Isso lá é refeição?

          A mãe do Vítor nem discutiu, pois sabia que não adiantava e ainda se atrasaria para o trabalho. Depois que todos saíram, Vovó Marídia foi ao mercado e passou a manhã toda preparando o lanche.

          As crianças chegaram depois do almoço, foram para o quarto do menino e fizeram o trabalho, uma pesquisa sobre o reaproveitamento de plásticos, para a aula de Ciências. "Vamos lanchar! Lavem as mãos." Ô, chamado bom! Com a fome que estavam. Normalmente, era na cozinha mesmo, mas...

( O que houve no caminho do quarto até a cozinha? Qual será a novidade? Teria a ver com Vovó Marídia? Saberemos no último capítulo. )

          Quando chegaram na sala, a mesa estava toda arrumada com uma linda toalha bordada e guardanapos combinando, que o Vítor nem sabia que a mãe tinha. Cadê o jogo americano e os guardanapos de papel? E o vaso com flores amarelas no centro, que bonito! Quanto ao lanche, preparem-se: pão quentinho, grossas, bem grossas fatias de queijo, um bolo enorme, biscoitos amanteigados, geleia, suco de frutas, tudo feito por ela mesma.

          Comeram, comeram, felizes da vida. E tinham que comer muito de tudo. Para Vovó Marídia, não tem essa de menos é mais, mais é mais.

          - Não, Vovó, obrigado. - agradeceu o Bernardo.

          - Que delícia, Vovó, mas estou satisfeita. - recusou a Júlia.

          - Ah, Vovó, vou explodir! - disse a Bárbara.

          Vítor, que já conhecia a avó, explicou:

          - Não adianta falar NÃO! Lá vem mais.

          E veio: uma "tora" de bolo para a Bárbara, uma fatia enorme de pão com queijo para o Bernardo, um copo duplo de suco para a Júlia e muitos biscoitos com geleia para o neto. Tudo acompanhado de uma delicada bronca:

          - Vocês têm que comer! É por isso que vivem doentes e cansados.

          Que jeito, a não ser comer! À noite, cada um na sua casa, ninguém aguentou jantar.

          - Foi uma cascata de comida! - explicou a Bárbara.

          - Foi um bombardeio de comida! - contou o Bernardo.

          - Foi um enxame de comida! - falou a Júlia.

          Vítor completou:

          - Foi o de sempre da Vovó Marídia.

          No dia seguinte, na escola, todos concordaram que foi um dos melhores dias da vida deles. No meio da semana, um dia de festa!

( As crianças sabem que nem sempre podem comer um lanche caseiro bem feito. Os pais e mães estão ocupados, trabalhando e lutando para dar uma vida melhor para os filhos. Mas que seria bom ter uma Vovó Marídia por perto, ah, isso seria! Até a próxima história. ) 

         

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O CAMINHÃO JOAQUIM

          - Será que estou ouvindo bem ou fiquei maluco? Meu caminhão está chorando!

          O caminhoneiro não podia acreditar. Vamos saber como tudo isso começou?

          Ele morava numa cidade pequena, a qual não tinha um serviço de transporte de mercadorias. Teve uma ideia. Depois de muito economizar, conseguiu comprar um caminhão bem grande, novinho, zero quilômetro, para trabalhar. Quando voltava do primeiro serviço, a entrega de móveis na casa do Pedro, escutou um barulho, UÃ, UÃ, mas não deu importância.

          - Isso é coisa de máquina nova. Vou colocar um pouco de óleo para lubrificar e pronto!

          E foi para o segundo trabalho, levar frutas, legumes e verduras da fazenda do pai da Letícia para o mercado. Com o caminhão abarrotado de laranjas, tomates, alfaces e outros vegetais, nada do barulho. Mas, na volta, depois de entregar tudo, recomeçou o estranho ruído. A princípio, achou que havia algum defeito, só que, prestando mais atenção, identificou os estranhos sons ( UÃ, UÃ ):

          - Será que estou ouvindo bem ou fiquei maluco? Meu caminhão está chorando!

( Será que o caminhoneiro estava ouvindo bem ou ficando maluco? Caminhão chorando?! Não percam o segundo capítulo na próxima semana! )




          Parou o veículo, saltou e foi quando viu e ouviu, para seu espanto, que ele chorava, com as lágrimas caindo dos faróis. O caminhoneiro não sabia o que fazer e só pôde perguntar:

          - Por que você está chorando?

          Perguntou por perguntar, pois caminhão não fala. Era o que ele pensava! Ainda chorando, o caminhão respondeu:

          - Estou chorando porque não gosto de andar vazio. Isto quer dizer que não tem serviço para mim e eu gosto de trabalhar. O Caminhão Joaquim foi feito para andar e levar mercadorias na caçamba.

          O caminhoneiro beliscou-se, achando que estava sonhando:

          - Espera aí, como é? Além de falar, você tem nome? Joaquim?

          - Eu mesmo escolhi. Você gostou?

          - Gostei sim, Joaquim. E você fala com as pessoas?

          - Não, só com você, meu motorista. Quando você estiver dirigindo, dentro da minha boleia, podemos colocar a conversa em dia.

          - Bom, Joaquim, fico contente, mas agora vamos para casa. Estou exausto.

          Joaquim recomeçou a chorar.

          - Mas, Joaquim, por que você está chorando?

          - Uã, uã, estou chorando porque estou vazio.

( E essa agora! Joaquim vai chorar o tempo todo? Descubram no último capítulo. )

          O caminhoneiro tentou explicar:

          - Joaquim, você não pode ficar carregado o tempo todo. O nosso trabalho é pegar as mercadorias e levar para algum lugar. Uma hora, você ficará vazio. Mas fique tranquilo porque temos bastante serviço. Amanhã mesmo, transportaremos, com muito cuidado, os animais da Dona Georgina para vacinar. São vinte e sete gatos, dezoito cachorros, duas vacas, trinta galinhas e quinze coelhos. Depois, serão os calçados da fábrica da mãe da Marcella para as lojas daqui e da cidade vizinha: caixas e mais caixas de sandálias, sapatos, botas, tamancos, chinelos e tênis. Mas, agora, já está anoitecendo. Vamos para casa tomar banho, comer e descansar.

          No dia seguinte, de manhã, o caminhoneiro ouviu uma buzina insistente:

          - Fon, fon, fon, fon!!!

          Adivinhem quem era!

          - O que foi, Joaquim? Por que essa barulheira toda?

          - Vamos trabalhar, vamos trabalhar!

          - Calma, Joaquim! Ainda vou tomar meu café da manhã e você também, lá no posto da estrada. Eu terei leite, pão, café, queijo e você terá óleo diesel até encher seu tanque de combustível.

          Joaquim e o caminhoneiro são inseparáveis. Encontram pessoas de todos os tipos e levam as mais diferentes cargas. Vivem aventuras, passam por perigos e conversam o tempo todo da viagem. Mas, sempre que está vazio, Joaquim dá uma choradinha. O caminhoneiro nem liga mais...

                                                 F I M

( Estou pensando em escrever um livro somente com as histórias das viagens do Caminhão Joaquim e do caminhoneiro. Essa dupla tem muita coisa para contar. Até a próxima história. ) 

domingo, 10 de julho de 2011

O MENINO E A MAÇÃ

          Era uma vez um menino que morava perto da praia e gostava de maçã. Um dia, ele estava indo à praia com o vovô e estava comendo uma maçã. De repente, a maçã caiu no chão. Um moço e uma moça que voltavam da praia, ficaram com pena do menino e lavaram a maçã na garagem do prédio onde eles moravam.

          O vovô falou para ele tomar cuidado e segurar bem a maçã. Eles agradeceram ao moço e à moça e foram à praia.

          Então, ele descobriram que moravam bem em frente um do outro. O menino chamava a moça e conversava com ela, da varanda do apartamento. Quando se encontravam na praia, brincavam na água do mar. Ele ficaram muito amigos e, quando o menino fez quatro anos, o moço e a moça foram à linda festa dele de Power Rangers.

          O moço é o Tio Paulinho, a moça é a Tia Regina e o menino é o Gabriel.

( Estão pensando que a história acabou? Nada disso. Sabem o que aconteceu na festa? Não percam o capítulo final! )



          Escrevi esta historinha e dei-lhe de presente. Gabriel, hoje, está com 12 anos e continuamos vizinhos e amigos. Desde a festinha do Power Rangers, acordo com ele no meu quarto, pois ganhei um porta-retrato com a nossa foto na mesa do bolo. Lindo, né? Nem tanto.

          Na hora da foto, ele já estava cansado e com sono e não queria posar de jeito nenhum. Correu, rabugento, mas a mãe agarrou-o e obrigou:

          - Vai tirar retrato com a Tia Regina e o Tio Paulinho, sim!

          O fotógrafo chamava, já preparado, e ele com cara de poucos amigos, no meu colo. Os pais brigaram, eu implorava, nada. Foi quando tive a ideia:

          - Vamos fazer cara de monstro?

          Ele adorou! Grunhimos, franzimos o rosto e levantamos as mãos em garra. Só que, na hora do click, ele e o Tio Paulinho abaixaram os braços e sorriram, enquanto eu fiquei registrada para a posteridade com a expressão monstruosa e atitude ameaçadora.

          O mico foi grande, mas foi bem pago. Gabriel disse que achou a nossa foto a mais bonita da festa!

                                                     F I M

( Não basta ser Tia, tem que participar! Tentei colocar a foto aqui no bloguinho, mas não ficou nítida. Pena, né? Então, imaginem a cena... Até a próxima história! )




           ÊÊÊ!!! Finalmente, hoje, dia 3 de agosto de 2 015,postei a foto da festa. Demorei tanto  porque só ontem a Andrea, mãe do Gabriel, conseguiu achar e me enviou. Mas, antes tarde do que nunca. Por falar em como passa o tempo, o Gabriel já está com 16 anos.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O MONSTRO DA LAGOA NESSA

          Como era bonita aquela cidade! Eu disse "era", porque as pessoas que lá moravam jogavam tanto lixo nas ruas, que ela foi ficando feinha, feinha... Quase todos achavam que os garis tinham a obrigação de catar as coisas, pois era o seu trabalho. Como se eles já não tivessem o que fazer, com a própria natureza: o vento trazia poeira e derrubava folhas e as chuvas formavam lama.

          A bela cidade tornou-se um tapete de papéis, latas, garrafas - e os garis limpavam - canudinhos, sacos plásticos, restos de comida - e os garis varriam - cocô de cachorro, móveis velhos, aparelhos escangalhados - e os garis recolhiam. Isso era todo dia e poucos se incomodavam. A vida continuava, calma e suja.

          Certo dia, os pescadores do lugar estavam na outrora bela Lagoa Nessa, para a sua tarefa diária: conseguir peixes para eles e para a população. Em seus barcos, notaram que as águas estavam muito escuras e, depois de várias horas, nada de peixe. Ao anoitecer, começaram a ficar preocupados, quando, de repente, a preocupação virou medo. As águas começaram a se agitar e um cheiro forte tomou conta do ar, quase sufocando-os. O que seria? Logo em seguida, todos viram, sem acreditar: do fundo da lagoa, surgiu uma estranha e gigantesca criatura, que parecia deslizar justamente na direção deles. Foi uma debandada geral. Largaram barcos, com redes, anzóis, iscas e correram para avisar a cidade do ocorrido.

( Um monstro na lagoa? Ele vai atacar? Não percam o próximo capítulo! )


          A notícia espalhou-se como um raio. Como ninguém conseguia definir a criatura através da descrição dos pescadores, um morador sugeriu:

          - Na Escócia, dizem que havia o Monstro do Lago Ness. Aqui, temos o Monstro da Lagoa Nessa.

          Todos os jornais da cidade noticiaram o fato, exagerando bastante: "O monstro devorador de pescadores tinha olhos demoníacos, garras afiadas e era do tamanho de dez navios!"

          - Ué?! - pensaram os pescadores - Estamos todos aqui, não vimos olhos alguns, ele não levantou as patas e o tamanho dele não chegava a meio navio...

          Os dias foram passando e nada do monstro aparecer. Havia sempre várias pessoas de guarda a uma boa distância, caso ele surgisse.

          Quase um mês depois, já estavam desistindo, achando que tinha sido a imaginação dos pescadores, os quais juravam que não. Aí, aconteceu: quase de noite, nas águas escuras, emergiu a enorme criatura, espalhando o odor sufocante. Paralisados e hipnotizados pelo medo, não conseguiam agir. Uma multidão começou a se formar, atraída pelo cheiro. Trouxeram lanternas, máquinas fotográficas e até armas de caça.

( Que situação! O que as pessoas da cidade farão? Confiram no último capítulo desta emocionante história. )

          - Ninguém aqui vai atirar! - gritou o delegado.

          - Mas e se ele nos atacar, delegado? - falou um caçador.

          - Então, nós, policiais, entraremos em ação. Se precisar, eu peço a ajuda de vocês, caçadores.

          As crianças choravam, agarradas nas mães. Davi, um garoto maior, tentou brincar:

          - Olhem na lagoa! É um pássaro? É um avião? Não, é o Super-Monstro!

          Quase levou uns tabefes do pai. Enquanto tentavam descobrir o que era o monstro e o que fazer, ele parecia se divertir, flutuando nas águas agitadas, alheio a tudo.

          Atira? Tenta capturar? Deixa ele em paz?

          Foi um tal de opinião pra lá, discussão pra cá... Repentinamente, alguém gritou:

          - O monstro está desabando!!!

          Como desabando?! E estava mesmo! Primeiro, caiu a cabeça. Só que em vez de sangue, ossos e carnes, a lagoa encheu-se de plásticos, vidros e metais diversos. O monstro nada mais era do que um amontoado de LIXO! Tudo que era jogado nas ruas foi levado para a lagoa pelas chuvas e formou-se aquilo. Na cheia, as águas erguiam a "criatura" e a noite confundiu ainda mais as pessoas. O cheiro forte era da própria sujeira. Por isso, não havia peixes.

          Desapontados e envergonhados, os moradores, no dia seguinte, fizeram um mutirão e, junto com os garis, limparam a lagoa dos "restos mortais do monstro". Comprometeram-se a não sujar mais as ruas.

          Pois não é que a cidade voltou a ficar bonita? A vida lá até melhorou. E a Lagoa Nessa virou atração turística, mesmo sem MONSTRO!

                                                    F I M

( É... a natureza se revoltou com os maus tratos das pessoas! Infelizmente, muitos fazem isso, jogam tudo no chão. Vamos tentar mudar, tá legal? Até a próxima história! )