segunda-feira, 19 de novembro de 2012

QUE DOR !

          Dor de dente, dor de barriga, dor de ouvido, quem gosta? Nem eu! Mas confesso para vocês que essa DOR eu provoquei. Fui a culpada pois poderia ter evitado. Se não estivesse pensando em ganhar. Ganhar o quê?

          Eu tinha onze anos e adorava jogar QUEIMADO, com minhas irmãs, meus primos e meus amigos. Tentarei explicar para quem não conhece. É um jogo com dois times, cada um no seu campo. A bola é de meia ou qualquer outra bem leve, para não machucar. O jogador pode agarrá-la ou desviar, mas, se ela bater nele e cair no chão, está queimado. Ele vai para o final do campo do time rival, depois da linha, e pode jogar, se a bola chegar nele. Terá, então, a chance de voltar para a quadra, caso queime algum adversário. A equipe que ficar sem jogador no seu campo perde o jogo.

          Nesse dia, meu primo Sérgio, que estava queimado, conseguiu pegar a bola e mirou em qual oponente (jogador do outro time)? EU! Sabem o que eu fiz?

( Este é um exemplo do jogo de QUEIMADO. Por enquanto, o time B está ganhando porque tem mais jogadores não queimados no seu campo. E eu, fui queimada  ou não? Já sabem que alguma DOR eu vou sentir. Descubram no próximo jogo, quero dizer, capítulo! )



            Nem pensar em perder! Eu corri de costas para poder a companhar a direção da bola. Andar de costas já é perigoso, imaginem correr! Não deu outra: tropecei, caí e me apoiei no braço. Que DOR! Para piorar, me vendo caída, meu primo me queimou facilmente. Continuei a jogar, mas meu braço inchou e doía muito. Eu não sabia se a DOR maior era a do braço ou da bolada que me fez sair da brincadeira.

          Resultado: hospital, raio X, gesso! O médico disse que eu tive uma fissura (rachadura) no rádio, osso do antebraço. Até gostei que todos na rua me olhassem e, em casa, fui bem paparicada.

          Depois, caí na real. Não podia jogar Queimado ou outra brincadeira de correr, nem desenhar (era o braço direito, não sou canhota), nem podia tomar banho de mar. No chuveiro, tinha que colocar um saco plástico para proteger. Era verão e o gesso me dava uma coceira... Em compensação (dizem que tudo tem um lado bom), aprendi a usar o braço esquerdo: comer, escovar o dente, escrever e até desenhar.

          E o jogo daquele dia? Qual foi o resultado? Não valeu o esforço nem a DOR porque o meu time perdeu. Ai! Ui!

                                                F I M

( Vamos jogar Queimado ? Mas sem cair, quebrar o braço e sentir DOR para ganhar o jogo, tá? Até a próxima história! )