domingo, 18 de dezembro de 2011

Férias do Bloguinho

          Ufa! Estou cansada. Escrever cansa... Darei uma folga para meus neurônios e voltarei em fevereiro. Eu tiro férias do Bloguinho e vocês tiram férias de mim. Enquanto isso, releiam o que já foi postado, não esquecendo as postagens mais antigas. Bom descanso, Boas Festas e um 2 012 pra lá de bom para todos nós!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

AMIGO OCULTO

          Todos os dias, dormindo ou acordado, Guilherme sonhava a mesma coisa: ter um cachorro. Podia ser de qualquer raça, cor ou tamanho. Imaginava as brincadeiras, o nome que daria, o som dos latidos...

          Mas a realidade era bem diferente. Seus pais pareciam se unir ainda mais, como dois guerreiros furiosos na batalha, quando ele tocava no assunto.

          - Mãe, Pai, será que eu poderia ter um ca...

          - Nem pensar! - gritavam ao mesmo tempo.

          - Mas, Mãe, ...

          - Não e não! Já sei que depois vai sobrar para mim. Dar banho, limpar a sujeira, dar comida.

          - Eu prometo que cuido dele, Mãe, faço tudo isso.

          Quando a mãe começou a amolecer, o pai atacou:

          - Não e não! É muita despesa e o apartamento é pequeno. E além do mais, você já tem os seus brinquedos.

          Dois contra um era covardia e Guilherme continuava na vontade.

          Um dia, quando voltava da escola, reparou que, na porta do seu prédio, estava parado um CACHORRO. Não era grande nem pequeno e a raça não se podia definir. Aliás, podia: vira-lata. Todo pretinho, o olhar triste de quem não tinha com quem contar e aparentando estar bem faminto. O garoto não resistiu, chamou-o e qual não foi sua surpresa ao vê-lo se chegar, abanando o rabinho.

          - Ele vai ser meu! Vou dar um jeito. - pensou.

          Mas como passar pelo porteiro, em primeiro lugar?

( Será que Guilherme vai conseguir passar pelo porteiro com um cachorro? Descubram no próximo capítulo. )




          Tirou os livros e cadernos da mochila, pegou o cachorrinho e colocou-o dentro dela. 

          - Fica bem quieto, tá? Isso não demora.

          Ajeitou a mochila nas costas, pegou os livros e cadernos e passou calmamente pelo porteiro.

          - Boa tarde, Paulo.

          - Boa tarde, Guilherme. Quanto material escolar você carrega, né?

          - É, são os meus professores que pedem. Tchau.

          Entrou e beijou a mãe, que já tinha chegado do trabalho e estava toda atrapalhada, preparando o jantar. Aproveitou e foi rápido para o quarto, fechando a porta. Abriu a mochila e o animal saltou correndo, pulando e lambendo seu rosto.

          - Psiu, fica quieto! Se você quer ficar comigo, não pode sair deste quarto, só quando meus pais não estiverem. Agora, vou providenciar tudo de que você precisa.

          Guilherme pensava e sonhava tanto com um cachorro, que até já sabia do que ele precisava. Deu o resto dos biscoitos da merenda, os quais ele devorou, pegou jornal velho e dois potes de margarina vazios.

          - Você só pode fazer xixi e cocô no jornal aqui no chão. Aqui do lado, ficarão a água e a comida. E o banho será no tanque.

( O cachorro é um animal. Ele vai entender o que Guilherme disse? Aguardem o 3º capítulo. )

          E não é que o danadinho do cachorro fazia direitinho tudo que o menino mandava? Quanto ao nome, depois de muito pensar, foi escolhido Piche.

          No dia em que a mãe quis arrumar o quarto, Guilherme disse que já estava bem crescido e que ela tinha muito trabalho, então, ele poderia muito bem limpar e arrumar sozinho. A mãe, emocionada, foi conversar com o pai:

          - Guilherme está tão diferente!

          - Diferente como? Algum problema?

          - Não, pelo contrário, está mais calmo, mais estudioso e até mais feliz. Nunca mais falou em cachorro.

          - É que ele está crescendo e os interesses mudam.

          - Deve ser. - aceitou a mãe.

          E toda a família estava feliz e tranquila. Mas tudo que é bom dura pouco. Certo dia, Guilherme esqueceu a porta do quarto aberta, quando foi para a escola. Piche entendeu aquilo como um sinal para sair. E saiu. Naquele dia, Guilherme tinha trabalho de pesquisa em grupo e foi para a casa de uma colega, direto da escola. Sua mãe foi ao mercado, logo depois do trabalho. E o pai, trabalhando o dia todo. Conclusão: todos chegaram em casa à mesma hora, debaixo de um forte temporal. Ao abrirem a porta, surpresa! Piche estava na sala, todo feliz, latindo, pulando e abanando o rabinho. Nesse momento, os pais entenderam o motivo da mudança do comportamento do filho. E como estavam sempre muito ocupados ou cansados, não enxergaram o que estava acontecendo na casa. A reação dos dois foi praticamente a mesma, só as palavras mudaram:

          - O que significa isto?

          - Um cachorro na nossa casa!

( Piche foi descoberto! O que os pais de Guilherme farão com ele? Vejam no 4º capítulo. )

             
          - Você nos enganou!

          - Um animal da rua!

          - Mãe, Pai, por favor! Deixem eu ficar com ele! Eu mesmo cuidei dele, nem incomodei vocês. Ele é tão bonzinho...

          - Não, não e não!

          - Perdão! Desculpem!

          - Já disse que não! - e o pai pegou o animal e levou-o para a rua.

          Guilherme foi atrás, chorando desesperado:

          - Pai, tá chovendo e ventando muito, deixe ele ficar! Ele é o meu melhor amigo.

          O pai nem respondeu, mas o seu olhar apenas significava uma coisa: FÚRIA! Abriu o portão do prédio e pôs Piche para fora, na calçada, debaixo do temporal. E que temporal! Foi então que ele desandou a latir e parecia avançar para o pai, que recuava para o portão.

          - Quer me morder, é? Vá embora, suma daqui! - gritava ameaçador.

          Piche, repentinamente, deu um salto, só que pulou em cima de um fio de alta tensão que tinha partido e estava atrás do pai. Foi uma cena terrível! Todos gritavam: o pai, a mãe, o porteiro, os vizinhos. Mas Guilherme chorava. Piche, o seu Piche foi um herói. Ele latiu para avisar o pai do perigo e pulou para evitar que ele pisasse no fio, mas...

( O que aconteceu com Piche? Confiram no 5º capítulo desta emocionante história. )

          - Guilherme, eu sinto muito, mas ele não resistiu. - disse o porteiro.

          - Pai, o que significa "não resistiu" ?

          Chorando também, o pai respondeu, abraçando-o bem forte:

          - Significa, meu filho, que ele, infelizmente, morreu. Apesar de tudo que eu fiz, Piche salvou minha vida. Foi o meu melhor amigo, também.

          Sabem uma doença contagiosa? O choro deles passou para todos.

          - E agora, Mãe?

          - Agora, seu pai vai levá-lo para o cemitério dos animais.

          - Posso rezar por ele antes?

          - Pode, sim, eu vou rezar também.

          A tempestade passou, os funcionários da Companhia de Eletricidade vieram consertar o fio e, debaixo de uma chuva fraca, todos rezaram pelo Piche. Depois de ser muito abraçado e consolado pelas pessoas, Guilherme foi para casa com a mãe. Não conseguiu comer e só dormiu depois que o pai o carregou para a cama deles, já bem tarde. Nessa noite, reparou que, por causa da tristeza, os pais permitiram três coisas que ele queria, porém proibidas para ele: não comer, dormir na cama do casal e bem tarde. Mas ele preferia que o Piche estivesse lá e aí...

          No dia seguinte, um sábado, reparou que o pai tinha saído a manhã inteira.

( Por que o pai de Guilherme saiu? Não era dia de trabalhar... Foi fazer o quê? )



          - Mãe, cadê o Papai?

          - Foi resolver uns problemas, mas já deve estar chegando.

          Quando o pai chegou, trazia uma caixa embrulhada para presente.

          - É para você, filho.

          - Não quero presente, Pai, eu queria o Piche.

          - Eu sei, eu queria também. Mas abra, se você não gostar, eu devolvo para a loja.

          Sem entusiasmo, Guilherme abriu a caixa. Seus olhos brilharam! Uma bola pequena e peluda se mexia bem devagar.

          - Um cachorrinho!

          - Se você não quiser, eu devolvo, Guilherme.

          - Não, Pai, não! Adorei, foi o melhor presente que já ganhei!

          Mas a mãe cobrou:

          - Promete que vai cuidar dele como cuidou do Piche?

          - Ah, se prometo! Cuidarei melhor ainda, porque não será escondido. Mas nunca vou esquecer o Piche.

          Piche nunca foi esquecido. Todos, até hoje, contam a sua história, a história de um cachorro que viveu para salvar uma vida e fazer a alegria de outra. A opinião geral é que Guilherme deverá se tornar um ótimo veterinário, quando crescer. Será?

                                                         F I M

( Gostaram? Faltou uma coisa: um nome para o cachorrinho presente. Vocês querem sugerir algum? )

         




domingo, 4 de setembro de 2011

VOVÓ MARÍDIA

          Na escola, é muito comum o trabalho em grupo. Geralmente, o professor ou professora passa, para casa, uma pesquisa, um cartaz, uma maquete ou a discussão de um livro. Os alunos escolhem a casa de um para se reunirem. As mães preparam lanches e as que trabalham pedem para as empregadas  fazerem.

          Os amigos Bernardo, Vítor, Bárbara e Júlia sempre trabalham juntos, revezando nas casas de cada um. Na hora de comer, é pão com algum recheio ou uma fatia de bolo, com uma bebida. Mas, naquele dia especial na casa do Vítor, não foi a mãe dele nem a empregada quem serviu o lanche para os quatro. Foi Vovó Marídia!

( Quem é Vovó Marídia? E o que o lanche teve de diferente? Não percam no próximo capítulo! )


          Vovó Marídia é a avó do Vítor. Ela vive numa cidade do interior de Minas Gerais ( Lambari ) e veio visitar a filha, o genro e o neto. Nesses lugares menores, sem a agitação da cidade grande, as pessoas são mais tranquilas e apreciam uma boa mesa, com comidas variadas em boa quantidade. E gostam de dividir com parentes e amigos essa fartura toda. Ai da visita se recusar!

          De manhã cedo, ao ver o lanche que a filha mandou preparar para as crianças, Vovó Marídia ficou horrorizada. Pão de forma com queijo e leite achocolatado na caixinha.

          - Que é isto? - indignou-se ao ver a fina fatia de queijo já cortado. - Dá para ver até o outro lado, de tão transparente. Leite pronto? E esse pão congelado de ontem! Isso lá é refeição?

          A mãe do Vítor nem discutiu, pois sabia que não adiantava e ainda se atrasaria para o trabalho. Depois que todos saíram, Vovó Marídia foi ao mercado e passou a manhã toda preparando o lanche.

          As crianças chegaram depois do almoço, foram para o quarto do menino e fizeram o trabalho, uma pesquisa sobre o reaproveitamento de plásticos, para a aula de Ciências. "Vamos lanchar! Lavem as mãos." Ô, chamado bom! Com a fome que estavam. Normalmente, era na cozinha mesmo, mas...

( O que houve no caminho do quarto até a cozinha? Qual será a novidade? Teria a ver com Vovó Marídia? Saberemos no último capítulo. )

          Quando chegaram na sala, a mesa estava toda arrumada com uma linda toalha bordada e guardanapos combinando, que o Vítor nem sabia que a mãe tinha. Cadê o jogo americano e os guardanapos de papel? E o vaso com flores amarelas no centro, que bonito! Quanto ao lanche, preparem-se: pão quentinho, grossas, bem grossas fatias de queijo, um bolo enorme, biscoitos amanteigados, geleia, suco de frutas, tudo feito por ela mesma.

          Comeram, comeram, felizes da vida. E tinham que comer muito de tudo. Para Vovó Marídia, não tem essa de menos é mais, mais é mais.

          - Não, Vovó, obrigado. - agradeceu o Bernardo.

          - Que delícia, Vovó, mas estou satisfeita. - recusou a Júlia.

          - Ah, Vovó, vou explodir! - disse a Bárbara.

          Vítor, que já conhecia a avó, explicou:

          - Não adianta falar NÃO! Lá vem mais.

          E veio: uma "tora" de bolo para a Bárbara, uma fatia enorme de pão com queijo para o Bernardo, um copo duplo de suco para a Júlia e muitos biscoitos com geleia para o neto. Tudo acompanhado de uma delicada bronca:

          - Vocês têm que comer! É por isso que vivem doentes e cansados.

          Que jeito, a não ser comer! À noite, cada um na sua casa, ninguém aguentou jantar.

          - Foi uma cascata de comida! - explicou a Bárbara.

          - Foi um bombardeio de comida! - contou o Bernardo.

          - Foi um enxame de comida! - falou a Júlia.

          Vítor completou:

          - Foi o de sempre da Vovó Marídia.

          No dia seguinte, na escola, todos concordaram que foi um dos melhores dias da vida deles. No meio da semana, um dia de festa!

( As crianças sabem que nem sempre podem comer um lanche caseiro bem feito. Os pais e mães estão ocupados, trabalhando e lutando para dar uma vida melhor para os filhos. Mas que seria bom ter uma Vovó Marídia por perto, ah, isso seria! Até a próxima história. ) 

         

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O CAMINHÃO JOAQUIM

          - Será que estou ouvindo bem ou fiquei maluco? Meu caminhão está chorando!

          O caminhoneiro não podia acreditar. Vamos saber como tudo isso começou?

          Ele morava numa cidade pequena, a qual não tinha um serviço de transporte de mercadorias. Teve uma ideia. Depois de muito economizar, conseguiu comprar um caminhão bem grande, novinho, zero quilômetro, para trabalhar. Quando voltava do primeiro serviço, a entrega de móveis na casa do Pedro, escutou um barulho, UÃ, UÃ, mas não deu importância.

          - Isso é coisa de máquina nova. Vou colocar um pouco de óleo para lubrificar e pronto!

          E foi para o segundo trabalho, levar frutas, legumes e verduras da fazenda do pai da Letícia para o mercado. Com o caminhão abarrotado de laranjas, tomates, alfaces e outros vegetais, nada do barulho. Mas, na volta, depois de entregar tudo, recomeçou o estranho ruído. A princípio, achou que havia algum defeito, só que, prestando mais atenção, identificou os estranhos sons ( UÃ, UÃ ):

          - Será que estou ouvindo bem ou fiquei maluco? Meu caminhão está chorando!

( Será que o caminhoneiro estava ouvindo bem ou ficando maluco? Caminhão chorando?! Não percam o segundo capítulo na próxima semana! )




          Parou o veículo, saltou e foi quando viu e ouviu, para seu espanto, que ele chorava, com as lágrimas caindo dos faróis. O caminhoneiro não sabia o que fazer e só pôde perguntar:

          - Por que você está chorando?

          Perguntou por perguntar, pois caminhão não fala. Era o que ele pensava! Ainda chorando, o caminhão respondeu:

          - Estou chorando porque não gosto de andar vazio. Isto quer dizer que não tem serviço para mim e eu gosto de trabalhar. O Caminhão Joaquim foi feito para andar e levar mercadorias na caçamba.

          O caminhoneiro beliscou-se, achando que estava sonhando:

          - Espera aí, como é? Além de falar, você tem nome? Joaquim?

          - Eu mesmo escolhi. Você gostou?

          - Gostei sim, Joaquim. E você fala com as pessoas?

          - Não, só com você, meu motorista. Quando você estiver dirigindo, dentro da minha boleia, podemos colocar a conversa em dia.

          - Bom, Joaquim, fico contente, mas agora vamos para casa. Estou exausto.

          Joaquim recomeçou a chorar.

          - Mas, Joaquim, por que você está chorando?

          - Uã, uã, estou chorando porque estou vazio.

( E essa agora! Joaquim vai chorar o tempo todo? Descubram no último capítulo. )

          O caminhoneiro tentou explicar:

          - Joaquim, você não pode ficar carregado o tempo todo. O nosso trabalho é pegar as mercadorias e levar para algum lugar. Uma hora, você ficará vazio. Mas fique tranquilo porque temos bastante serviço. Amanhã mesmo, transportaremos, com muito cuidado, os animais da Dona Georgina para vacinar. São vinte e sete gatos, dezoito cachorros, duas vacas, trinta galinhas e quinze coelhos. Depois, serão os calçados da fábrica da mãe da Marcella para as lojas daqui e da cidade vizinha: caixas e mais caixas de sandálias, sapatos, botas, tamancos, chinelos e tênis. Mas, agora, já está anoitecendo. Vamos para casa tomar banho, comer e descansar.

          No dia seguinte, de manhã, o caminhoneiro ouviu uma buzina insistente:

          - Fon, fon, fon, fon!!!

          Adivinhem quem era!

          - O que foi, Joaquim? Por que essa barulheira toda?

          - Vamos trabalhar, vamos trabalhar!

          - Calma, Joaquim! Ainda vou tomar meu café da manhã e você também, lá no posto da estrada. Eu terei leite, pão, café, queijo e você terá óleo diesel até encher seu tanque de combustível.

          Joaquim e o caminhoneiro são inseparáveis. Encontram pessoas de todos os tipos e levam as mais diferentes cargas. Vivem aventuras, passam por perigos e conversam o tempo todo da viagem. Mas, sempre que está vazio, Joaquim dá uma choradinha. O caminhoneiro nem liga mais...

                                                 F I M

( Estou pensando em escrever um livro somente com as histórias das viagens do Caminhão Joaquim e do caminhoneiro. Essa dupla tem muita coisa para contar. Até a próxima história. ) 

domingo, 10 de julho de 2011

O MENINO E A MAÇÃ

          Era uma vez um menino que morava perto da praia e gostava de maçã. Um dia, ele estava indo à praia com o vovô e estava comendo uma maçã. De repente, a maçã caiu no chão. Um moço e uma moça que voltavam da praia, ficaram com pena do menino e lavaram a maçã na garagem do prédio onde eles moravam.

          O vovô falou para ele tomar cuidado e segurar bem a maçã. Eles agradeceram ao moço e à moça e foram à praia.

          Então, ele descobriram que moravam bem em frente um do outro. O menino chamava a moça e conversava com ela, da varanda do apartamento. Quando se encontravam na praia, brincavam na água do mar. Ele ficaram muito amigos e, quando o menino fez quatro anos, o moço e a moça foram à linda festa dele de Power Rangers.

          O moço é o Tio Paulinho, a moça é a Tia Regina e o menino é o Gabriel.

( Estão pensando que a história acabou? Nada disso. Sabem o que aconteceu na festa? Não percam o capítulo final! )



          Escrevi esta historinha e dei-lhe de presente. Gabriel, hoje, está com 12 anos e continuamos vizinhos e amigos. Desde a festinha do Power Rangers, acordo com ele no meu quarto, pois ganhei um porta-retrato com a nossa foto na mesa do bolo. Lindo, né? Nem tanto.

          Na hora da foto, ele já estava cansado e com sono e não queria posar de jeito nenhum. Correu, rabugento, mas a mãe agarrou-o e obrigou:

          - Vai tirar retrato com a Tia Regina e o Tio Paulinho, sim!

          O fotógrafo chamava, já preparado, e ele com cara de poucos amigos, no meu colo. Os pais brigaram, eu implorava, nada. Foi quando tive a ideia:

          - Vamos fazer cara de monstro?

          Ele adorou! Grunhimos, franzimos o rosto e levantamos as mãos em garra. Só que, na hora do click, ele e o Tio Paulinho abaixaram os braços e sorriram, enquanto eu fiquei registrada para a posteridade com a expressão monstruosa e atitude ameaçadora.

          O mico foi grande, mas foi bem pago. Gabriel disse que achou a nossa foto a mais bonita da festa!

                                                     F I M

( Não basta ser Tia, tem que participar! Tentei colocar a foto aqui no bloguinho, mas não ficou nítida. Pena, né? Então, imaginem a cena... Até a próxima história! )




           ÊÊÊ!!! Finalmente, hoje, dia 3 de agosto de 2 015,postei a foto da festa. Demorei tanto  porque só ontem a Andrea, mãe do Gabriel, conseguiu achar e me enviou. Mas, antes tarde do que nunca. Por falar em como passa o tempo, o Gabriel já está com 16 anos.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

O MONSTRO DA LAGOA NESSA

          Como era bonita aquela cidade! Eu disse "era", porque as pessoas que lá moravam jogavam tanto lixo nas ruas, que ela foi ficando feinha, feinha... Quase todos achavam que os garis tinham a obrigação de catar as coisas, pois era o seu trabalho. Como se eles já não tivessem o que fazer, com a própria natureza: o vento trazia poeira e derrubava folhas e as chuvas formavam lama.

          A bela cidade tornou-se um tapete de papéis, latas, garrafas - e os garis limpavam - canudinhos, sacos plásticos, restos de comida - e os garis varriam - cocô de cachorro, móveis velhos, aparelhos escangalhados - e os garis recolhiam. Isso era todo dia e poucos se incomodavam. A vida continuava, calma e suja.

          Certo dia, os pescadores do lugar estavam na outrora bela Lagoa Nessa, para a sua tarefa diária: conseguir peixes para eles e para a população. Em seus barcos, notaram que as águas estavam muito escuras e, depois de várias horas, nada de peixe. Ao anoitecer, começaram a ficar preocupados, quando, de repente, a preocupação virou medo. As águas começaram a se agitar e um cheiro forte tomou conta do ar, quase sufocando-os. O que seria? Logo em seguida, todos viram, sem acreditar: do fundo da lagoa, surgiu uma estranha e gigantesca criatura, que parecia deslizar justamente na direção deles. Foi uma debandada geral. Largaram barcos, com redes, anzóis, iscas e correram para avisar a cidade do ocorrido.

( Um monstro na lagoa? Ele vai atacar? Não percam o próximo capítulo! )


          A notícia espalhou-se como um raio. Como ninguém conseguia definir a criatura através da descrição dos pescadores, um morador sugeriu:

          - Na Escócia, dizem que havia o Monstro do Lago Ness. Aqui, temos o Monstro da Lagoa Nessa.

          Todos os jornais da cidade noticiaram o fato, exagerando bastante: "O monstro devorador de pescadores tinha olhos demoníacos, garras afiadas e era do tamanho de dez navios!"

          - Ué?! - pensaram os pescadores - Estamos todos aqui, não vimos olhos alguns, ele não levantou as patas e o tamanho dele não chegava a meio navio...

          Os dias foram passando e nada do monstro aparecer. Havia sempre várias pessoas de guarda a uma boa distância, caso ele surgisse.

          Quase um mês depois, já estavam desistindo, achando que tinha sido a imaginação dos pescadores, os quais juravam que não. Aí, aconteceu: quase de noite, nas águas escuras, emergiu a enorme criatura, espalhando o odor sufocante. Paralisados e hipnotizados pelo medo, não conseguiam agir. Uma multidão começou a se formar, atraída pelo cheiro. Trouxeram lanternas, máquinas fotográficas e até armas de caça.

( Que situação! O que as pessoas da cidade farão? Confiram no último capítulo desta emocionante história. )

          - Ninguém aqui vai atirar! - gritou o delegado.

          - Mas e se ele nos atacar, delegado? - falou um caçador.

          - Então, nós, policiais, entraremos em ação. Se precisar, eu peço a ajuda de vocês, caçadores.

          As crianças choravam, agarradas nas mães. Davi, um garoto maior, tentou brincar:

          - Olhem na lagoa! É um pássaro? É um avião? Não, é o Super-Monstro!

          Quase levou uns tabefes do pai. Enquanto tentavam descobrir o que era o monstro e o que fazer, ele parecia se divertir, flutuando nas águas agitadas, alheio a tudo.

          Atira? Tenta capturar? Deixa ele em paz?

          Foi um tal de opinião pra lá, discussão pra cá... Repentinamente, alguém gritou:

          - O monstro está desabando!!!

          Como desabando?! E estava mesmo! Primeiro, caiu a cabeça. Só que em vez de sangue, ossos e carnes, a lagoa encheu-se de plásticos, vidros e metais diversos. O monstro nada mais era do que um amontoado de LIXO! Tudo que era jogado nas ruas foi levado para a lagoa pelas chuvas e formou-se aquilo. Na cheia, as águas erguiam a "criatura" e a noite confundiu ainda mais as pessoas. O cheiro forte era da própria sujeira. Por isso, não havia peixes.

          Desapontados e envergonhados, os moradores, no dia seguinte, fizeram um mutirão e, junto com os garis, limparam a lagoa dos "restos mortais do monstro". Comprometeram-se a não sujar mais as ruas.

          Pois não é que a cidade voltou a ficar bonita? A vida lá até melhorou. E a Lagoa Nessa virou atração turística, mesmo sem MONSTRO!

                                                    F I M

( É... a natureza se revoltou com os maus tratos das pessoas! Infelizmente, muitos fazem isso, jogam tudo no chão. Vamos tentar mudar, tá legal? Até a próxima história! )

domingo, 1 de maio de 2011

SIM OU NÃO

          Esta não é uma história HISTÓRIA (O que aconteceu? Quando aconteceu? Por que aconteceu? E como terminará?). É a história de uma brincadeira bem legal. Pode ser feita por vocês, crianças, e até os adultos podem participar.

          Sabem aquelas noites de chuva e de falta de luz? Ninguém pode sair, brincar na rua, ler um livro, ligar televisão, computador... Fazer o quê? Vocês deverão dizer:

          - Vamos fazer a brincadeira do SIM ou NÃO?

          Grande ideia! Mas como é? Eu não sei...

          Aí, vocês ensinarão:

          - Peguem um papel e uma caneta ou lápis, numerem de 1 a 10 (pode ser mais, depende da sua imaginação) e escrevam SIM ou NÃO, ao lado de cada número.

( E depois? Só isso? Na semana que vem, teremos o final da brincadeira. Tomara que, até lá, não falte luz nem chova! )


          Depois, vocês farão dez perguntas (ou mais) e a pessoa tem que responder SIM ou NÃO, conforme escreveu no papel. Não pode mudar! Ah, será muito engraçado! De acordo com a resposta, muitas gargalhadas acontecerão. Podem trocar também: quem respondeu, faz as perguntas. Lucas reuniu, na sua casa, o amigo Rafael e as primas Andressa e Bianca. Ele criou estas perguntas:

           1- Você é inteligente?
           2- Você tem chulé?
           3- Você já beijou uma lagartixa?
           4- Você é Flamengo?
           5- Seu pai é um vampiro?
           6- Você gosta de tomar banho?
           7- Você quer ficar de castigo?
           8- Você tem cara de dragão?
           9- Dois mais dois são cinco?
          10- Você come meleca?
          11- Você tem medo de barata?
          12- Você quer ganhar um presente agora?

          Querem brincar também? Inventem outras perguntas!

                                                          F I M

( Boa brincadeira para vocês! Até a próxima história! )

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Paradinha Pascoalina

          A Escritora aqui vai se transformar numa Coelhinha da Páscoa e comprar chocolates para as crianças (pequenas e grandes) da família. Muitos ovinhos para vocês! Mas não comam tudo de uma vez, tá? Boa Páscoa e até a próxima história.

domingo, 10 de abril de 2011

O PUDIM DA TIA EDITH

          A mãe da Márcia era uma doceira de mão cheia. Bolos, tortas e pavês eram com ela. Hum... De dar água na boca. A garota comia tudo, mas só elogiava o pudim da Tia Edith. Pudim?! Um doce tão simples... A mãe da Márcia era muito amiga da Tia Edith e pediu a receita do famoso doce.

          - É facil. - Tia Edith ensinou: bata, no liquidificador, 2 latas de leite condensado, a mesma medida de leite, 6 ovos e 3 gotas de baunilha. Despeje numa forma caramelizada com 6 colheres de açúcar e 6 colheres de água. Leve ao forno em banho-maria (dentro de um tabuleiro com água).

          - Estranho... é a mesma receita que eu tenho. - confirmou a mãe da Márcia.

          Decidida, ela resolveu fazer no fim de semana, pois há muito tempo não preparava pudim. Quando a família acabou de comer, a mãe perguntou e o pai e o irmão da Márcia elogiaram bastante, porém a garota respondeu:

          - Não é igual ao da Tia Edith!

( O que será que deu errado e o que havia de tão diferente no pudim da Tia Edith? Saberemos na semana que vem. )


          Intrigada, a mãe ligou para a amiga:

          - Domingo que vem, vocês vêm almoçar aqui em casa.

          Convite aceito. No domingo seguinte, as duas famílias se reuniram para almoçar. Na hora do lanche, a mãe da Márcia convocou a Tia Edith na cozinha:

          - Sente aí e veja como eu faço o pudim.

          A mãe ia preparando e amiga ia conferindo. Tudo pronto, sentaram-se todos para saborear a sobremesa.

          - Márcia, fiz exatamente como a Edith ensinou. - avisou a mãe.

          Aprovação geral e curiosidade sobre a opinião de uma certa pessoinha. E a Márcia opinou:

          - Não é igual ao da Tia Edith!!!

                                                               F I M

( O problema não era a receita, era QUEM fazia. É claro que a Márcia adora a mãe, mas a Tia Edith é uma pessoa especial. )

                                                          

domingo, 27 de março de 2011

A TEIA DA ARANHA GIGANTE

          Aranha GIGANTE?

          Sim, gigantesca e venenosa. Ela morava numa linda floresta, onde viviam muitos animais. Nenhum deles tinha sossego, com medo da Aranha. Mas, até aquele dia, ela não conseguiu pegar bicho algum porque era muito lenta e eles fugiam.

          Então, a Aranha Gigante teve uma ideia: teceu uma teia ENORME, que ia de um lado ao outro da floresta. Sabem o que aconteceu? Os animais passavam e ficavam presos na grande teia, até os grandes, como o Elefante e o Rinoceronte. Não tinham como escapar, mesmo sendo avisados do perigo. Parecia que havia teia em todos os pedacinhos da floresta. À medida que aumentava o desespero dos animais, aumentava também a alegria da Aranhona.

          - Rá, preparem-se, pois cada dia comerei um de vocês!

          Bem diz aquele ditado: "Quem tudo quer, tudo perde." Em vez de se contentar com alguns para saciar a sua fome, ela queria todos os bichos da floresta. Isso deu tempo para que eles pensassem até achar uma solução.

          - Eu acho que nós deveríamos gritar ao mesmo tempo para trazer ajuda. - disse o Macaco.

          - Não iria adiantar! Quem viesse, acabaria preso também. - lembrou o Tigre.

          - Oh, vamos todos virar comida de aranha! - chorava o Coelho.

          - Calma, calma! Vamos pensar mais. - incentivava a Cobra.

          - Eu não estou achando graça nenhuma. - reclamou a Hiena.

          - Ai! Meu pescoço está doendo. - gemia a Girafa.

          - Estou todo enrolado. - falava o Caracol.

          - Que fedor! - sussurrou o Gambá.

( Que situação! Cada um fala uma coisa e ninguém se entende. Os animais da floresta conseguirão sair dessa enrascada? Aguardem o final na próxima semana. )

          - Vamos parar? Vamos parar? - ouviu-se a voz imponenete do Rei Leão. - Assim, vocês só pioram a situação. Não conhecem aquele provérbio, "A união faz a força" ? Se ficarmos berrando, reclamando e tentando sair da teia, cada um por si, viraremos mesmo comida de aranha. Tive uma ideia.

          Rei é rei, não é?

          - Qual? Qual? - perguntou ansiosa a Tartaruga.

          - Vou contar até três e, depois do JÁ, todos nós faremos a maior força possível e empurraremos a teia ao mesmo tempo. Mas é depois do JÁ, certo?

          - Certo! - concordaram todos.

          De longe, a Aranha assistia a tudo, com grande satisfação, achando que o final feliz seria dela.

          - E é um, e é dois, e é três e é JÁ! - comandou o Leão.

          Com o esforço, a imensa teia ficou em pedacinhos e todos se libertaram, preparando-se para fugir. Foi aí que o Lobo argumentou:

          - Esperem! Esperem! E se ela construir outra teia?

          - Bem lembrado! - disse o Leão. - Peguem os pedaços da teia, espalhem atrás de nós e vamos cair fora. Ela ficará presa na própria obra.

          Não deu outra. Quando viu a fuga do seu banquete, a Aranha veio o mais rápido que pôde, caindo na armadilha deles. Suas patas, uma a uma, ficaram grudadas, até que ela não conseguiu mais andar. Gritou, xingou, rogou pragas terríveis, no entanto, ficava cada vez mais agarrada no visgo da teia. Depois de uns dias, alguns animais, com pena, deram-lhe folhas e frutas para comer. No início, recusou e fez má-criação, porém, quando a fome aumentou, comeu tudo. Nem assim, aprendeu a lição. Como nunca admitiu que errou nem que iria parar de perseguir e comer os animais, prisão perpétua para ela! Isto quer dizer que viverá presa e infeliz para sempre.

                                                         F I M

( Unidos, venceremos! Os animais unidos jamais serão vencidos! Um por todos e todos por um! Exagerei, né? Mas é isso mesmo, eles conseguiram porque se uniram. Até a próxima história! ) 

domingo, 13 de março de 2011

A BRUXA DA FOME

          Não sei se você sabe, mas existe por aí uma bruxa que quer se meter na vida das crianças, só que de um jeito ruim. Será que já aconteceu com você? Vamos descobrir.

          Conhecem a história de João e Maria? A bruxa má aprisionou os dois na sua casa e queria que eles comessem muito e engordassem, para poder devorá-los depois. A tal bruxa da minha história faz o contrário. Malvada como ela só, fica na maior alegria se a criança não quer comer a comida ou só come bobagens. Quando a mamãe insiste e se aborrece porque o prato ainda está cheio, ela chega a rolar no chão de tanto rir.

          Sem que você perceba, ela sussurra no seu ouvido, dando ordens:

          - Não coma essa comida saudável que faz bem! Nada de feijão, arroz, carnes, legumes e frutas! Eu quero que você, todo dia, apenas coma balas, salgados, refrigerantes, frituras. Você vai ficar bem fraquinho e, logo, logo, doente, seu bobão ou sua bobona!

          Ela manda em você? Vai deixar a bruxa feliz?

          Essa "figura" recebeu o nome de BRUXA DA FOME porque faz com que as crianças percam a fome, depois de comer o que não devem.

( Quanta ruindade! Mas quem é esperto ou esperta lerá o resto da história, na semana que vem. Todos saberão como vencer essa Bruxa. )




          Mas nem tudo está perdido. Ainda bem que existe a Fada Apetite. Ana Clara bobeou e, sob o efeito do feitiço da Bruxa, ficou doente. Essa fada legal ensinou a mãe dela a fazer uma SOPA DE PEDRA. Sopa de Pedra?! Cada uma que existe... Mas funcionou! Elas pegaram uma pedra bonita no chão da pracinha e lavaram bastante com água e sabão. Colocaram na panela, junto com os outros ingredientes, e cozinharam bem. Hum... Que cheiro bom! E o apetite da Clarinha, que tinha sumido, voltou como mágica. A menina melhorou, ficou forte e a mamãe agradeceu à Fada Apetite a boa dica. Ela aconselha:

          - Se você está assustado ou assustada, não precisa ter medo não! Para que a bruxa não atrapalhe a sua vida, basta que você coma direitinho o que está no seu prato. A boa comida dá força, inteligência e saúde para que você possa brincar, estudar e crescer. As bobagens são deliciosas, mas não alimentam. Procure comê-las apenas uma vez por semana, como se fosse um dia de festa.

          E aí? Quem você acha que tem razão?

                                                  F I M

( Acertou quem respondeu "Fada Apetite". E vocês, já experimentaram a Sopa de Pedra? Dá força, inteligência e saúde. Depois me contem! Até a próxima história. )



                                                                                                                                                                                        




      



                  

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Paradinha Carnavalesca

          O Bloguinho vai parar no Carnaval. As crianças e os adultos viajam, brincam nos bailes, desfiles e blocos ou descansam, nessa época. Quem quiser, pode reler as histórias antigas. Voltaremos na semana seguinte, com uma história bem legal. Combinado?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O GUERREIRO E O DRAGÃO

          Há muito, muito tempo, existia um reino governado por um rei bondoso e justo. Ele tinha uma filha, bela princesa. Todos viviam felizes e tranquilos, até que, das florestas que rodeavam o lugar, surgiu um feroz dragão, soltando fogo pelas narinas e pela boca. A felicidade e a paz foram embora de lá, por causa da terrível ameaça.

          Muitos tentaram capturá-lo - soldados, camponeses, nobres -, porém, ou eram mortos, queimados e devorados, ou aprisionados na úmida e escura caverna, moradia do dragão. Alguns felizardos conseguiram fugir, esfarrapados e traumatizados.

          O rei, então, ofereceu uma recompensa e mandou espalhar a notícia para outros reinos: quem capturasse o dragão, vivo ou morto, ganharia um tesouro em ouro e pedras preciosas, além da mão da princesa em casamento. Vieram forasteiros de vários tipos e lugares, heróis e desconhecidos, só que acontecia o mesmo, morte ou prisão.

          O desespero já tomava conta de todos, quando apareceu no castelo um guerreiro desconhecido, montado num belo e grande cavalo branco. Usava armadura de prata, elmo com pluma vermelha na cabeça, escudo e botas. Suas armas eram uma lança e uma espada. Apresentou-se ao rei, dizendo chamar-se Jorge e que iria lutar com o dragão. O soberano reafirmou a recompensa e desejou-lhe boa sorte. Seria mais um a sucumbir diante da fera?

( Que medo! Um dragão ameaçando todo um reino. E o guerreiro Jorge? Conseguirá derrotar o poderoso e feroz animal? Vamos torcer para ele! )


          Ele cavalgou na direção da floresta, ao encontro do dragão. Ao avistar o guerreiro, o animal correu para ele, lançando chamas pelas ventas, mas o cavalo desviava habilmente. A fúria do monstro aumentou e ele atirou-se contra o cavaleiro, que aparou o golpe com o seu escudo. Isto entonteceu o dragão, dando a chance de Jorge jogar seu animal sobre a fera, imobilizando-a. Segurou-a com a lança e, manejando sua espada, deu-lhe o golpe fatal. Morreu o dragão!

          Ninguém conseguia acreditar, vendo retornar o vitorioso herói e os prisioneiros libertados da caverna. Foi uma festa, dentro e fora do castelo. Ao ser recebido pelo rei, Jorge viu o valioso tesouro e a bela princesa à sua espera. Para espanto de todos, declarou:

          - Senhor rei, tenho que recusar a recompensa. Não preciso de bens materiais e não posso me casar. Minha missão é vagar pelo mundo, tentando ajudar os que estão em perigo. O tesouro pode ser distribuído pelos necessitados e a princesa encontrará um bom marido, tenho certeza.

          No dia seguinte, partiu para um reino que estava para ser invadido e saqueado.

          Uns dizem que ele era um príncipe muito rico, outros que era um ser do outro mundo e outros, ainda, que, se olharmos para a lua, ele está lá, lutando com o dragão. Mas hoje é conhecido como São Jorge, que matou o dragão com sua espada, montado em seu cavalo.

                                                     F I M

( Esta era a minha história favorita, quando eu era criança como vocês. Era assim que a minha avó Elena me contava e eu pedia para ela contar de novo, de novo, de novo... até meu sono chegar. E até a próxima história! )

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O BOLO BOMBA

          Coitada da Tia Regina! Quase tudo que ela faz dá errado. NA COZINHA!!! Bem que ela se esforça, mas a comida ou queima, ou fica crua, ou vira papa. O primo dela, Fernando, até inventou uma palavra, o verbo REGINAR, quando alguma receita não dá certo. O macarrão reginou, o pão reginou... Mas ela não desiste e insiste.

          No dia do meu aniversário, meu pai me levou a um restaurante para jantar e comemorar com a minha família. Convidei meu colega da escola, Henrique, a Tia Regina e o Tio Paulinho, que não são meus tios de verdade, mas eu considero. Na hora do convite, ela avisou:

          - Thiago, deixa o bolo comigo. Eu levo.

          Já estavam todos, quando eles chegaram, Tio Paulinho com meu presente e ela, com cara de choro e um embrulho na mão.

O que aconteceu? Por que Tia Regina está triste? E o embrulho, o que era? Continua na semana que vem.




          Tia Regina explicou que fez o bolo com todo o carinho, mas ele explodiu no forno! Os adultos seguraram o riso, mas eu, Henrique e meu primo João adoramos a história. Explodiu?! Jantamos e, na hora do "Parabéns", abrimos o embrulho. Parecia que um vendaval tinha passado sobre o bolo. Era só farelo. Ninguém aguentou mais e os risos explodiram, que nem o bolo. E ela catando as migalhas, que pareciam as lavas de um vulcão.

          - Onde foi que eu errei? - choramingava ela.

          Minha avó explicou:

          - Regina, você deve ter colocado muito fermento. É uma colher rasa.

          E ela, sem graça:

          - Ah, é isso? Eu coloquei uma colher muito, muito cheia...

          Estava explicado. Comemos mesmo assim. E não é que estava gostoso? Parecia biscoito meio duro com calda de chocolate. Mas a tristeza dela acabou quando nós, crianças, demos nossa opinião:

          - Tia Regina, que maneiro! Bolo Bomba!!! - falou o Henrique.

          - Tia Regina, faz um igual no meu aniversário? - pediu João.

          E eu completei:

          - Foi o melhor "bolo" que já comi na minha vida!

( Pensaram que acabou a história? Nada disso, ela vai continuar e terminar na semana que vem. Lembram o pedido do João? )

          Toda contente porque nós, crianças, elogiamos e achando que descobriu o erro, Tia Regina prometeu ao João que faria o bolo no aniversário dele. Os adultos falavam:

          - Não, não!!! Outro desastre, não!

          Mas ela tinha certeza de que agora daria certo. O aniversário do João foi na casa dele. Todos os convidados já estavam lá, quando ela chegou com o embrulho na mão e a cara de choro, de novo! Tio Paulinho, rindo, entregou o presente ao aniversariante e ela explicou:

          - Eu coloquei menos fermento e o bolo estava crescendo, crescendo... De repente, começou a diminuir, diminuir... Simplesmente, murchou!

          Ela abriu o embrulho e o bolo estava muito estranho: alto dos lados e bem baixinho no meio. Os adultos riram e encarnaram:

          - Bolo murcho! Bolo murcho!

          E ela tristinha... Mais uma vez, nós, crianças, salvamos a pátria, quer dizer, a Tia Regina. Chamei o João:

          - Primo, tive uma ideia. Você tem um skate bem pequenininho?

          - Saquei, Thiago, boa ideia! Tia Regina, você hoje fez, para mim, um Bolo Pista de Skate. Adorei!!! Muito radical! Vamos cantar "Parabéns"!

          Foi um sucesso! As outras crianças fizeram encomendas e ela, feliz da vida, aceitou. Ih... Será que vai dar certo? Qual será o próximo BOLO?

                                              F I M

( Adivinhem: essa Tia Regina sou eu? O grande segredo dos bolos foi revelado, muuuuuito FERMENTO. Se você quiser um deles, peça à sua mãe, mas é bom colocar a forma do bolo dentro de um tabuleiro maior, para não fazer sujeira no forno. Bom apetite e até a semana que vem. ) 



            

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O BARCO

          Diego não conseguia pensar em outra coisa, em casa ou na escola. Estava se aproximando o dia do seu aniversário e sua mãe prometeu fazer uma festa e convidar a família, os amigos e os colegas da escola. Mas ele só pensava nos presentes que iria ganhar e falava nisso o tempo todo. Falou tanto que a mãe chamou sua atenção, dizendo que o importante era reunir as pessoas queridas e festejar. Ele fingia que aceitava, porém continuava a pensar e, quando tinha uma chance, lembrava a quem encontrava de comprar o seu presente. Lá vinha bronca da mamãe!

          Finalmente, chegou o dia! Depois de prometer à mamãe que iria aproveitar a festa e receber bem os convidados, sem perguntar por presentes, Diego pôs uma roupa nova muito legal e esperou. Antes,  reparou que havia um barco na margem do rio que passava atrás da sua casa. Ninguem saiu dele para a festa. Por que será que o barco estava ali?

( Um barco?! Estaria piratas levando? Apenas pescadores trabalhando? Ou turistas passeando? Na semana que vem, história acabando. Nossa, quanta rima! )




            As pessoas começaram a chegar: Vovó, Vovô, os tios, os primos, mas ninguém dava presentes. Os colegas da escola, a professora, os amiguinhos vieram e nada de presente. Diego estranhou aquilo, só que, em vez de ficar triste, resolveu seguir o conselho da mamãe e aproveitou a festa. Brincou com as crianças e conversou um pouco com os adultos. Dançou, comeu de tudo e cantou "Parabéns" com todo mundo.

          Depois que todos se foram, falou para a mamãe que ela tinha razão: mesmo sem presentes, aquela foi a melhor festa que ele já teve.

          - Meu filho, que bom que você pensa assim! Agora, vamos até o quintal para ver uma coisa.

          Caminharam até a beira do rio, onde estava o barco. O BARCO... O menino logo pensou que aquele seria o seu presente, mas como, se aquele era um barco de gente grande?

          Foi o papai quem desvendou o mistério:

          - Diego, entre no barco e olhe o que tem para você.

          Dentro dele, estavam embrulhos e mais embrulhos de presentes. As pessoas chegavam e colocavam suas lembranças no barco, em vez de entregar ao aniversariante. É claro que Diego ficou mais feliz ainda. Aquela surpresa só poderia ser ideia da mamãe!

                                                        F I M

( Que legal um barco de presentes! Por mim, no meu aniversário, haveria um NAVIO de presentes. Brincadeirinha... Importante é o carinho da família e dos amigos. Mas que ganhar presentes é bom, isso é!!! )