A bela cidade tornou-se um tapete de papéis, latas, garrafas - e os garis limpavam - canudinhos, sacos plásticos, restos de comida - e os garis varriam - cocô de cachorro, móveis velhos, aparelhos escangalhados - e os garis recolhiam. Isso era todo dia e poucos se incomodavam. A vida continuava, calma e suja.
Certo dia, os pescadores do lugar estavam na outrora bela Lagoa Nessa, para a sua tarefa diária: conseguir peixes para eles e para a população. Em seus barcos, notaram que as águas estavam muito escuras e, depois de várias horas, nada de peixe. Ao anoitecer, começaram a ficar preocupados, quando, de repente, a preocupação virou medo. As águas começaram a se agitar e um cheiro forte tomou conta do ar, quase sufocando-os. O que seria? Logo em seguida, todos viram, sem acreditar: do fundo da lagoa, surgiu uma estranha e gigantesca criatura, que parecia deslizar justamente na direção deles. Foi uma debandada geral. Largaram barcos, com redes, anzóis, iscas e correram para avisar a cidade do ocorrido.
( Um monstro na lagoa? Ele vai atacar? Não percam o próximo capítulo! )
A notícia espalhou-se como um raio. Como ninguém conseguia definir a criatura através da descrição dos pescadores, um morador sugeriu:
- Na Escócia, dizem que havia o Monstro do Lago Ness. Aqui, temos o Monstro da Lagoa Nessa.
Todos os jornais da cidade noticiaram o fato, exagerando bastante: "O monstro devorador de pescadores tinha olhos demoníacos, garras afiadas e era do tamanho de dez navios!"
- Ué?! - pensaram os pescadores - Estamos todos aqui, não vimos olhos alguns, ele não levantou as patas e o tamanho dele não chegava a meio navio...
Os dias foram passando e nada do monstro aparecer. Havia sempre várias pessoas de guarda a uma boa distância, caso ele surgisse.
Quase um mês depois, já estavam desistindo, achando que tinha sido a imaginação dos pescadores, os quais juravam que não. Aí, aconteceu: quase de noite, nas águas escuras, emergiu a enorme criatura, espalhando o odor sufocante. Paralisados e hipnotizados pelo medo, não conseguiam agir. Uma multidão começou a se formar, atraída pelo cheiro. Trouxeram lanternas, máquinas fotográficas e até armas de caça.
( Que situação! O que as pessoas da cidade farão? Confiram no último capítulo desta emocionante história. )
- Ninguém aqui vai atirar! - gritou o delegado.
- Mas e se ele nos atacar, delegado? - falou um caçador.
- Então, nós, policiais, entraremos em ação. Se precisar, eu peço a ajuda de vocês, caçadores.
As crianças choravam, agarradas nas mães. Davi, um garoto maior, tentou brincar:
- Olhem na lagoa! É um pássaro? É um avião? Não, é o Super-Monstro!
Quase levou uns tabefes do pai. Enquanto tentavam descobrir o que era o monstro e o que fazer, ele parecia se divertir, flutuando nas águas agitadas, alheio a tudo.
Atira? Tenta capturar? Deixa ele em paz?
Foi um tal de opinião pra lá, discussão pra cá... Repentinamente, alguém gritou:
- O monstro está desabando!!!
Como desabando?! E estava mesmo! Primeiro, caiu a cabeça. Só que em vez de sangue, ossos e carnes, a lagoa encheu-se de plásticos, vidros e metais diversos. O monstro nada mais era do que um amontoado de LIXO! Tudo que era jogado nas ruas foi levado para a lagoa pelas chuvas e formou-se aquilo. Na cheia, as águas erguiam a "criatura" e a noite confundiu ainda mais as pessoas. O cheiro forte era da própria sujeira. Por isso, não havia peixes.
Desapontados e envergonhados, os moradores, no dia seguinte, fizeram um mutirão e, junto com os garis, limparam a lagoa dos "restos mortais do monstro". Comprometeram-se a não sujar mais as ruas.
Pois não é que a cidade voltou a ficar bonita? A vida lá até melhorou. E a Lagoa Nessa virou atração turística, mesmo sem MONSTRO!
F I M
( É... a natureza se revoltou com os maus tratos das pessoas! Infelizmente, muitos fazem isso, jogam tudo no chão. Vamos tentar mudar, tá legal? Até a próxima história! )
Olá Regina!
ResponderExcluirSou cunhada da Ana Pinho e tenho acompanhado seu blog com as histórias infantis. São todas super interessantes, se vc me permitir, levarei em especial esta para a creche do meu neto e pedirei para as professoras entrarem no seu blog para lerem as outras histórias. Beijoquinhas e sucesso nos blogs. Betty Pinho
As pessoas se preocupam c coisas grandes(usinas nucleares,desmatamento de florestas),mas se esquecem das coisas pequenas q jogam no chão.Elas se acumulam e formam MONSTROS como esse,além de entupir bueiros e causar enchentes.Bjs
ResponderExcluirPaulo Paranhos
Eu mesma resolvi comentar: além da sujeira q é jogada nas ruas, praias,praças e outros lugares,uma frase q um aluno adolescente me disse foi a minha inspiração p essa história. "Professora, se a gente não jogar lixo na rua, o gari não vai ter trabalho!" Infelizmente, muita gente pensa assim. Mas podemos mudar, né?
ResponderExcluirEsse conto ficou maravilhoso além de ser supereducativo!Cuidar do meio ambiente é lição que deve se aprender desde criança e o seu conto ficou leve,alegre ao mesmo tempo mantendo o suspense até o fim!PARABÉNS! Deve ser lido por crianças e adultos. Bjs Lena
ResponderExcluirMuito bom mana! Educação tem que ser dada desde criança mesmo e com um adulto consciente. Mas tá difícil.... Não temos nem lixeiras suficientes. Como sempre, uma ótima maneira de abordar o assunto. Bjao Marcia
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