sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O BOLO BOMBA

          Coitada da Tia Regina! Quase tudo que ela faz dá errado. NA COZINHA!!! Bem que ela se esforça, mas a comida ou queima, ou fica crua, ou vira papa. O primo dela, Fernando, até inventou uma palavra, o verbo REGINAR, quando alguma receita não dá certo. O macarrão reginou, o pão reginou... Mas ela não desiste e insiste.

          No dia do meu aniversário, meu pai me levou a um restaurante para jantar e comemorar com a minha família. Convidei meu colega da escola, Henrique, a Tia Regina e o Tio Paulinho, que não são meus tios de verdade, mas eu considero. Na hora do convite, ela avisou:

          - Thiago, deixa o bolo comigo. Eu levo.

          Já estavam todos, quando eles chegaram, Tio Paulinho com meu presente e ela, com cara de choro e um embrulho na mão.

O que aconteceu? Por que Tia Regina está triste? E o embrulho, o que era? Continua na semana que vem.




          Tia Regina explicou que fez o bolo com todo o carinho, mas ele explodiu no forno! Os adultos seguraram o riso, mas eu, Henrique e meu primo João adoramos a história. Explodiu?! Jantamos e, na hora do "Parabéns", abrimos o embrulho. Parecia que um vendaval tinha passado sobre o bolo. Era só farelo. Ninguém aguentou mais e os risos explodiram, que nem o bolo. E ela catando as migalhas, que pareciam as lavas de um vulcão.

          - Onde foi que eu errei? - choramingava ela.

          Minha avó explicou:

          - Regina, você deve ter colocado muito fermento. É uma colher rasa.

          E ela, sem graça:

          - Ah, é isso? Eu coloquei uma colher muito, muito cheia...

          Estava explicado. Comemos mesmo assim. E não é que estava gostoso? Parecia biscoito meio duro com calda de chocolate. Mas a tristeza dela acabou quando nós, crianças, demos nossa opinião:

          - Tia Regina, que maneiro! Bolo Bomba!!! - falou o Henrique.

          - Tia Regina, faz um igual no meu aniversário? - pediu João.

          E eu completei:

          - Foi o melhor "bolo" que já comi na minha vida!

( Pensaram que acabou a história? Nada disso, ela vai continuar e terminar na semana que vem. Lembram o pedido do João? )

          Toda contente porque nós, crianças, elogiamos e achando que descobriu o erro, Tia Regina prometeu ao João que faria o bolo no aniversário dele. Os adultos falavam:

          - Não, não!!! Outro desastre, não!

          Mas ela tinha certeza de que agora daria certo. O aniversário do João foi na casa dele. Todos os convidados já estavam lá, quando ela chegou com o embrulho na mão e a cara de choro, de novo! Tio Paulinho, rindo, entregou o presente ao aniversariante e ela explicou:

          - Eu coloquei menos fermento e o bolo estava crescendo, crescendo... De repente, começou a diminuir, diminuir... Simplesmente, murchou!

          Ela abriu o embrulho e o bolo estava muito estranho: alto dos lados e bem baixinho no meio. Os adultos riram e encarnaram:

          - Bolo murcho! Bolo murcho!

          E ela tristinha... Mais uma vez, nós, crianças, salvamos a pátria, quer dizer, a Tia Regina. Chamei o João:

          - Primo, tive uma ideia. Você tem um skate bem pequenininho?

          - Saquei, Thiago, boa ideia! Tia Regina, você hoje fez, para mim, um Bolo Pista de Skate. Adorei!!! Muito radical! Vamos cantar "Parabéns"!

          Foi um sucesso! As outras crianças fizeram encomendas e ela, feliz da vida, aceitou. Ih... Será que vai dar certo? Qual será o próximo BOLO?

                                              F I M

( Adivinhem: essa Tia Regina sou eu? O grande segredo dos bolos foi revelado, muuuuuito FERMENTO. Se você quiser um deles, peça à sua mãe, mas é bom colocar a forma do bolo dentro de um tabuleiro maior, para não fazer sujeira no forno. Bom apetite e até a semana que vem. ) 



            

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O BARCO

          Diego não conseguia pensar em outra coisa, em casa ou na escola. Estava se aproximando o dia do seu aniversário e sua mãe prometeu fazer uma festa e convidar a família, os amigos e os colegas da escola. Mas ele só pensava nos presentes que iria ganhar e falava nisso o tempo todo. Falou tanto que a mãe chamou sua atenção, dizendo que o importante era reunir as pessoas queridas e festejar. Ele fingia que aceitava, porém continuava a pensar e, quando tinha uma chance, lembrava a quem encontrava de comprar o seu presente. Lá vinha bronca da mamãe!

          Finalmente, chegou o dia! Depois de prometer à mamãe que iria aproveitar a festa e receber bem os convidados, sem perguntar por presentes, Diego pôs uma roupa nova muito legal e esperou. Antes,  reparou que havia um barco na margem do rio que passava atrás da sua casa. Ninguem saiu dele para a festa. Por que será que o barco estava ali?

( Um barco?! Estaria piratas levando? Apenas pescadores trabalhando? Ou turistas passeando? Na semana que vem, história acabando. Nossa, quanta rima! )




            As pessoas começaram a chegar: Vovó, Vovô, os tios, os primos, mas ninguém dava presentes. Os colegas da escola, a professora, os amiguinhos vieram e nada de presente. Diego estranhou aquilo, só que, em vez de ficar triste, resolveu seguir o conselho da mamãe e aproveitou a festa. Brincou com as crianças e conversou um pouco com os adultos. Dançou, comeu de tudo e cantou "Parabéns" com todo mundo.

          Depois que todos se foram, falou para a mamãe que ela tinha razão: mesmo sem presentes, aquela foi a melhor festa que ele já teve.

          - Meu filho, que bom que você pensa assim! Agora, vamos até o quintal para ver uma coisa.

          Caminharam até a beira do rio, onde estava o barco. O BARCO... O menino logo pensou que aquele seria o seu presente, mas como, se aquele era um barco de gente grande?

          Foi o papai quem desvendou o mistério:

          - Diego, entre no barco e olhe o que tem para você.

          Dentro dele, estavam embrulhos e mais embrulhos de presentes. As pessoas chegavam e colocavam suas lembranças no barco, em vez de entregar ao aniversariante. É claro que Diego ficou mais feliz ainda. Aquela surpresa só poderia ser ideia da mamãe!

                                                        F I M

( Que legal um barco de presentes! Por mim, no meu aniversário, haveria um NAVIO de presentes. Brincadeirinha... Importante é o carinho da família e dos amigos. Mas que ganhar presentes é bom, isso é!!! )